Elis e Rita Lee e as calhordices de Veja e Folha. Por Moisés Mendes

Atualizado em 9 de maio de 2023 às 21:57
Montagem de fotos de capas de revista sobre a morte de Elis Regina
Capas de revista noticiando a morte de Elis Regina – Reprodução

Estas duas capas estavam nas bancas lado a lado em janeiro de 1982.

É bom relembrar, agora que a Folha, ao invés de destacar a relevância de Rita Lee para a música, a cultura e a resistência à ditadura, publicou na capa que ela “se deixou guiar por drogas e discos voadores”.

Uma simplificação grosseira de aspectos que até poderiam estar no texto, mas não com o destaque moralista e calhorda.

Foi o que a Veja fez quando Elis se foi. Preferiu fazer estardalhaço com a informação de que ela morrera de overdose.

Já a IstoÉ fez uma capa de despedida à maior cantora brasileira com a combinação perfeita de texto e foto.

O jornalismo é isso aí. Tenta ser meio Record, como a Veja foi, ou meio metido a engraçadinho, para agradar o fascismo, como fez a Folha.

A Folha é cada vez mais o jornal da direita brasileira, tentando preservar um público conservador que garante sua sobrevida, enquanto se mantém como um açougue que só vende carne de pescoço e guisado.

Há muito tempo a Folha não apresenta uma reportagem, uma só, que possa ser considerada importante para a compreensão do inferno em que o Brasil se meteu nos últimos seis anos..

Esse texto de hoje sobre Rita Lee é bem adequado ao que se reafirma como o padrão Folha século 21.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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