Operação Penalidade Máxima: Novas acusações revelam uso de robôs e inteligência artificial

Atualizado em 12 de maio de 2023 às 8:18
Realização de apostas no futebol em plataformas digitais, imagem representativa. (Foto: Reprodução)

Robôs para fazer centenas de apostas por hora e contas em sites de apostas utilizando nomes de “laranjas”, essas são algumas das estratégias utilizadas por um grupo que fraudava apostas no futebol, revelou a nova fase da operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás. Com informações do G1.

Ainda de acordo com as investigações, para manter o esquema sem chamar a atenção da casa de apostas com valores altos em apostas únicas, o grupo mantinha a utilização de várias contas bancárias.

A utilização dos sistemas de inteligência artificial por sua vez, ocorria para que eles conseguissem realizar várias apostas simultâneas com o mesmo conjunto de lances, reduzindo o risco de identificação da fraude. O valor de retorno de cada conta, em média, era de R$ 500. Os valores somados das apostas das contas chegavam até a R$ 300 mil por jogo.

Fachada do edifício do Ministério Público de Goiás. (Foto: Reprodução)

Em uma ligação telefônica interceptada pelo MP, durante as operações, Bruno Lopez, apontado como chefe do esquema, explica que mantinha os robôs programados em dois computadores para entrar em diversas contas de uma única vez para a realização das apostas.

“O robô tá em dois computador meu aqui. Entra de trinta [contas] de uma vez, trinta e cinco”, disse Bruno na conversa em questão.

A utilização de contas de terceiros por parte do grupo, ocorria visando mitigar as perdas nos valores arrecadados após as plataformas constatarem fraudes nas operações suspeitas.

Segundo o MP, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos, como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e até atuar para a derrota do próprio time. Os apostadores obtinham lucros astronômicos uma vez que já sabiam do resultado das partidas e de lances que sabiam que iriam acontecer.

De acordo com as investigações, o esquema era dividido em quatro núcleos: apostadores, financiadores, intermediadores e administrativo.

Os “apostadores”, eram responsáveis por contatar e aliciar jogadores para participação no esquema, além de serem encarregados de fazer os pagamentos aos jogadores e promover apostas nos sites esportivos.

Já os “financiadores” eram os responsáveis por assegurar a existência de verbas para o pagamento dos jogadores aliciados e também nas apostas manipuladas.

No caso dos “intermediadores”, estes eram os responsáveis por indicar contatos e facilitar a aproximação entre apostadores e atletas aptos a promoverem a manipulação dos eventos esportivos, ou seja, eram os principais responsáveis por comprar o resultado dos jogos.

Por fim, o núcleo “administrativo” do grupo era o responsável por fazer as transferências financeiras a integrantes da organização criminosa e também em benefício de jogadores cooptados.

A defesa de Bruno Lopez, principal acusado, publicou uma nota se defendendo da nova leva de acusações, confira:

“De igual forma à primeira fase da operação, entendemos que, por se tratar de uma denúncia extensa, com diversos anexos oriundos dos elementos extraídos na investigação, é necessário muita cautela em qualquer comentário. Apesar de se tratarem de fatos novos, jogos diferentes daqueles que foram objeto de denúncia na primeira ação penal, o crime pelo qual Bruno se encontra acusado é exatamente o mesmo, mas por situações diferentes. Como de praxe, sempre com muito respeito ao trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário, as acusações serão formal e processualmente respondidas no momento oportuno”, escreveu.

As investigações da operação seguem em curso.

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