A cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) deixou alguns parlamentares bolsonaristas preocupados. Para os que acreditam em uma interferência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a “vingança” pode chegar a qualquer momento. Com informações do Correio Braziliense.
A teoria de retaliação é defendida pelo próprio ex-procurador. Em pronunciamento nesta quarta-feira (17), Dallganol disse que foi cassado por “vingança” porque “enfrentou o sistema de corrupção”.
Durante julgamento pela inelegibilidade do ex-procurador, os ministros do TSE entenderam que Dallagnol cometeu irregularidade ao pedir exoneração do cargo de procurador para evitar uma eventual punição administrativa, que poderia enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa e impedir a candidatura para deputado.
“Quem pretensamente renuncia a um cargo para de forma dissimulada contornar vedação estabelecida em lei, que é a indisponibilidade de disputar a eleição, incorre em fraude à lei”, argumentou o relator da ação, ministro Benedito Gonçalves.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que atuou junto com Dallagnol na Lava Jato, acredita ser o “próximo da lista”. Após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o colega, o ex-juiz teria dito que “eles vêm para cima de mim”.
Há outros parlamentares que também possuem ações que podem resultar em cassação de mandato. Entre eles, André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Sílvia Waiãpi (PL-AP). Os três são investigados por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Outro político com pendências na Justiça é o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM). O Ministério Público Eleitoral (MPE) recomendou a cassação dele, que é acusado de captação e gastos ilegais com fretamento de aeronaves durante a campanha de 2022.