Empreendedor turístico no Amazonas, ex-alpinista e documentarista, o empresário alemão Wolfgang Brog foi filmado estuprando uma adolescente de 15 anos. Ele acusado de montar um esquema de exploração sexual de menores em uma pousada no meio da região amazônica.
Wolfgang foi casado com uma tia materna da adolescente que sofria com os abusos constantes do alemão. De acordo com as investigações, ele pagava a mãe da vítima para explorar sexualmente a menina desde os seis anos de idade.
Morador do Amazonas há mais de 20 anos, Brog, no Brasil, é dono da empresa de turismo Amazon Travel Brazil, fundada em 2006, e da Pousada Cheiro do Mato, localizada na região metropolitana de Manaus.
Ele também é proprietário de um barco, o “Aynara”, que frequentemente era utilizado no transporte dos menores que eram oferecidos aos hóspedes da pousada como mercadoria.
O esquema do alemão funcionava como uma espécie de turismo sexual. Tanto o barco quanto a pousada eram palco dos crimes horríveis que Wolfgang considerava seu “negócio”.
“Ele tinha uma embarcação privada, só para este transporte”, ressaltou a delegada Joyce Coelho, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Wolfgang Brog também tem uma extensa carreira como documentarista. No site da Amazon Travel Brazil, há uma lista com 29 documentários produzidos antes de se estabelecer como empresário do ramo de turismo na Amazônia.
A maioria das produções são sobre a região amazônica, natureza e a cultura brasileira. Um dos documentários, gravado em 1991 em forma de curta-metragem, retrata uma visita a uma comunidade Yanomami.
Todo o esquema de Brog só veio à tona graças a adolescente que denunciou os abusos. Para isso, a própria jovem gravou um vídeo onde aparece sendo abusada sexualmente por ele. As imagens foram entregues à Polícia Civil e mais tarde serviram de prova para o início das investigações.
Os abusos não eram suficientes para Brog. Além de estuprar a jovem, ele a obrigava a cumprir estranhos fetiches sob constantes ameaças caso ela não fizesse o que era desejado por ele.
“Ele mandava vestir umas roupas: que é saia, salto alto, algema. Ele botava em mim. Às vezes, ficava até dolorido da minha mão, ficava marca da algema”, relatou a adolescente.
A mãe da vítima também foi presa pelo fato de ter conhecimento e de ter aliciado a filha para o alemão em troca de dinheiro. Na casa dela, em Manaus, os investigadores apreenderam celulares e encontraram uma algema, usada por Brog durante os atos hediondos.
Na pousada, também foram realizadas buscas e fitas de vídeo, HDs, pen drives e um computador foram encontrados. O material ainda vai ser periciado.
Em sua defesa, Wolfgang, que após o escândalo fugiu para a Alemanha, segue negando as acusações e dizendo que não conhece nem a vítima nem os demais envolvidos na denúncia.
“Todas as acusações é construída. Não tem nenhuma prova sobre isso, tá? Eu nem sei de quem eles estão falando, que mulheres são isso”, disse o alemão. “Eu não voltar para o Brasil naquela situação agora. É claro que eu quero voltar para o Brasil, mas nessa situação, no momento, é muito difícil”.
O caso segue sendo investigado.