Produtora cria “Simulador de Escravidão”, jogo que permite torturar homens negros

Atualizado em 24 de maio de 2023 às 13:47
Produtora de jogos desenvolve “Simulador de Escravidão”. Foto: Reprodução

A MagnusGames, uma produtora de jogos, desenvolveu um aplicativo em que usuários podem comprar, vender e torturar escravos. O jogo estava disponível para qualquer pessoa baixar e permitia que os personagens negros sejam agredidos.

“Este é um simulador de proprietário de escravos. Você terá que comprar e gerenciar seus escravos, ganhar dinheiro e avançar em direção ao seu objetivo”, diz o jogo na mensagem de boas vindas aos usuários.

O Google mantinha o aplicativo no ar até a tarde desta quarta (24) em sua loja. O jogo permitia aos usuários escolher duas modalidades de escravos: tirana, cujo objetivo é fazer lucro e impedir fugas ou rebeliões, e libertadora, em que eles lutam pela liberdade e chegam à abolição.

O “Simulador de Escravidão” permitia que usuários torturassem homens negros. Foto: Reprodução

Essa não é a primeira aplicação desenvolvida pela produtora com a temática, segundo o site PerifaCon. Um primeiro simulador de escravidão foi lançado em 26 de abril. A segunda versão do jogo já contava com mil downloads e cerca de 70 avaliações, sendo algumas delas reclamações sobre as poucas possibilidades de agressão.

“Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito” (sic), escreveu um usuário, identificado como Mateus Schizophrenic.

Usuário pediu aos produtores do jogo que outras formas de tortura fossem adicionadas. Foto: Reprodução

Os produtores deixaram uma pequena mensagem junto do jogo com uma tentativa de repúdio à escravidão, mas o aplicativo foi retirado do ar mesmo assim.

“Este jogo foi criado exclusivamente para fins de entretenimento. Nosso estúdio condena a escravidão em qualquer forma. Todo o conteúdo do jogo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos. Todas as coincidências são acidentais”, escreveram os produtores.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que vai entrar com uma representação no Ministério Público por crime de racismo. “Levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis”, afirmou o parlamentar.

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