O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu apoio à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em relação à decisão do Ibama de impedir a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, afirmando que não havia outra alternativa a ser adotada. O ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, avalia que Marina é indispensável para o governo e que Lula não terá como prejudicá-la.
Nesta segunda-feira, 22, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recusou-se a comentar a declaração do presidente Lula, feita no Japão, de que seria difícil não autorizar a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, mesmo com o parecer desfavorável do Ibama à atuação da Petrobras na região.
Carlos Minc, que sucedeu Marina como ministro do Meio Ambiente quando ela deixou o governo em 2008 por não receber carta branca do presidente na época para avançar em sua política ambiental, destaca que agora Lula depende muito mais de Marina do que o contrário. Ele afirma que Marina representa a imagem da política ambiental que Lula prometeu ao mundo, uma ruptura completa com as práticas adotadas durante a gestão Bolsonaro. Perder Marina significaria que a ideia de que o Brasil está retomando o protagonismo ambiental perderia o sentido.
Foi acordado em uma reunião mediada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), nesta terça-feira, que o setor energético do governo de Lula respeitará o parecer técnico do Ibama, que rejeitou qualquer atuação da Petrobras na região onde o rio Amazonas deságua.
Para Minc, a polêmica em torno da exploração de petróleo está longe de terminar e exigirá um posicionamento mais claro do presidente Lula. O deputado questiona qual será a política energética do governo e se este continuará investindo em combustíveis fósseis. Ele avalia que as mensagens da atual administração são contraditórias neste momento.