Parlamentares governistas que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos terroristas de 8 de janeiro têm a promessa de fazer uma contraposição a outra comissão parlamentar de inquérito, a que vai apurar a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Vale destacar que a CPI dos Ataques será presidida pelo deputado Arthur Maia (União-BA), nome de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A relatoria, no entanto, foi entregue à senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
No início do trabalhos, a parlamentar ressaltou que os ataques promovidos pelos bolsonaristas representaram “um dos atos mais terríveis” contra a democracia e não haviam ocorrido nem nos momentos mais difíceis da ditadura militar.
“Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram um golpe. Um fato é claro, que todos nós aqui somos contra o que aconteceu, independentemente de quem é base e quem é oposição”, disse a relatora. Segundo Eliziane, os depoimentos devem começar daqui 15 dias.
Já o coordenador do bloco do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na comissão mista, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) afirmou, na sessão da última quinta-feira (25), a primeira delas, que o posicionamento inicial do grupo é “de não radicalizar”.
Ele destacou que os membros da base estão dispostos a usar o colegiado para “contra-atacar” a direita caso a CPI do MST centre fogo político na direção do Planalto. Essa CPI, entretanto, é controlada pela oposição e já foi iniciada na Câmara.
A base, além disso, quer direcionar as investigações para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres e para os financiadores dos atos terroristas na capital federal.