Ao menos 15 parlamentares que compõem a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos golpistas compartilharam fake news sobre infiltrados nos ataques terroristas de 8 de janeiro em Brasília. Eles fizeram 56 postagens mentirosas para influenciar a opinião pública a favor da instalação do colegiado. A informação é do Estadão.
Uma das publicações é de Jorge Seif (PL-SC). Em 28 de fevereiro, pelo Facebook, ele publicou um vídeo com uma série de imagens de baixa qualidade e edição grosseira apontando setas vermelhas para supostos extremistas de esquerda infiltrados. A publicação foi excluída posteriormente.
Eduardo Girão (Novo-CE) é quem mais fez publicações mentirosas sobre supostos “infiltrados” no 8 de janeiro. Em uma das 15 postagens sobre o caso, ele afirma: “Quem depredou merece uma punição exemplar, seja de direita, de esquerda ou infiltrado”. O senador ainda diz que, “ao que tudo indica”, militantes plantados participaram dos atos de vandalismo em Brasília.
ASSINEI CPMI DO ATENTADO!Quem participou p ação/omissão do 8/1,seja de direita,esquerda ou infiltrado,deve ser punido exemplarmente c/devido processo legal.Pq Gov.Lula desmobilizou forças policiais se ABIN informou gravidade do ato?Q Verdade apareça p triunfo da Justiça.Paz & Bem pic.twitter.com/OMFObzJJ7X
— Eduardo Girão (@EduGiraoOficial) February 14, 2023
Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por incitar os ataques terroristas e autor do requerimento de instalação da CPMI, André Fernandes (PL-CE) também citou os supostos “infiltrados” em publicação nas redes. “Estamos aqui para saber a verdade. Foram extremistas? Foram infiltrados? Houve omissão? O que de fato aconteceu no 8 de janeiro?”, afirmou em publicação do dia 1º de março nas redes.
Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro Eduardo (PL-SP) e Flávio (PL-RJ) também são responsáveis por fake news sobre a autoria dos ataques. “Eu duvido que uma investigação bem feita não vá encontrar diversos infiltrados. Certamente o PT está querendo esconder os seus apadrinhados que colocou lá para incentivar esses atos”, afirmou o deputado em discurso no plenário da Câmara, que foi divulgado em suas redes sociais posteriormente.
Titular do colegiado, o senador Magno Malta (PL-ES) fez pelo menos três publicações com a tese. Marcos do Val (Podemos-ES) é outro bolsonarista que tenta provar a tese de que o governo Lula seria responsável pelos ataques e fez diversas publicações sobre a narrativa nas redes, dizendo que vai apresentar as provas durante os trabalhos da CPMI.
Em três publicações diferentes, Filipe Barros (PL-PR) afirmou que “fica cada vez mais claro: o governo Lula forjou a quebradeira do dia 8 de janeiro”. Ele usa como base da acusação o vídeo vazado do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.
A lista conta com os senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS) e Izalci Lucas (PSDB-DF); e com os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Evair de Melo (PP-ES), Marcos Feliciano (PL-SP) e Maurício Marcon (Podemos-RS). Todos eles defendem que a CPMI busque provas de supostos infiltrados no ataque.