Zambelli presa? Bolsonarista pode ser cassada por falsificação em prestação de contas

Atualizado em 27 de maio de 2023 às 9:09
Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Reprodução

A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) pode virar alvo de investigação sobre supostas fraudes em prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A parlamentar teria falsificado assinaturas e mentido sobre gastos na documentação enviada para as eleições de 2022.

Zambelli já é alvo do inquérito das Fake News no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi multada, recentemente, pelo TSE por publicar mentiras contra o presidente Lula (PT). Se for julgada, e considerada culpada até a última instância, a deputada pode perder o mandato e até ser presa.

A informação partiu do site Metrópoles, na última sexta-feira (26), que teve como base documentos que apontam os fortes indícios de fraude na prestação de contas da campanha de Carla Zambelli nas eleições de 2022.

No material apurado, existe uma lista de supostos doadores da campanha que negaram a participação na disputa. O comerciante Roberto Habermann, de Ribeirão Preto (SP), por exemplo, teria feito uma doação de R$ 870, mas ele nega a ação. “Vi meu nome como doador e aquilo me causou estranheza. Não tenho nada contra a Zambelli, gosto dela. Mas achei estranho colocar meu nome sem me notificar, sem me avisar”, disse Habermann.

Além de contradizer os documentos, o comerciante afirma que sequer participou da campanha da bolsonarista com qualquer ação: “nunca trabalhei para essa moça, nunca participei de nenhuma carreata, bandeiraço, nada. Não tenho nenhum vínculo”.

Além de mentir sobre a doação, Roberto Habermann apontou que Zambelli teria cometido outro crime, desta vez ainda mais grave, como a falsificação de uma assinatura associada ao seu nome. Segundo o comerciante, trata-se de uma fraude grosseira, pois a rubrica sequer é parecida com a sua.

Em 2018, Habermann chegou a participar de um grupo de discussão política composto por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, as reuniões foram coordenadas por Camilo Calandreli, que atuou como secretário parlamentar de Carla Zambelli. Para o comerciante, vem desses encontros a colheita de seus dados pessoais para que a deputada federal utilizasse de maneira indevida na prestação de contas ao TSE.

Se confirmada as informações, Carla Zambelli pode ser punida com a cassação do mandato e até de prisão. A suposta fraude e falsificação de assinatura pode provocar um processo no Tribunal Superior Eleitoral para investigar os crimes cometidos durante a campanha.

O artigo 350 do Código Eleitoral, que é claro ao dizer que “omitir, em documento público ou particular, declaração de dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”, prevê pena de prisão de até 5 anos.

A assessoria de imprensa de Carla Zambelli nega a falsificação dos documentos e alega que tudo foi assinado pelos próprios voluntários. No entanto, nas redes sociais, a bolsonarista já mostra que sentiu o golpe e compara a situação com a do ex-deputado Deltan Dallagnol, que teve o mandato cassado pela lei da Ficha Limpa. Veja:

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