A investigação da Polícia Federal (PF) indica que a droga encontrada no avião da Igreja Quadrangular do Pará, liderada pelo tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), foi avaliada em mais de R$ 4 milhões. Com informações do O GLOBO.
No último sábado (26), a aeronave foi apreendida com 290 quilos de skunk, um tipo mais concentrado e valioso de maconha, em um hangar particular do Aeroporto de Belém, no Pará.
Segundo a PF, o material ocupava quase todo o espaço interno da aeronave, exceto pelos assentos destinados ao piloto e um passageiro. “O forte odor indicava que o avião já estava carregado havia horas, no aguardo da decolagem”, diz a nota sobre o caso divulgada pela corporação.
Em nota, a igreja afirmou ser proprietária do avião e que, ao tomar conhecimento do conteúdo transportado no veículo, acionou a PF. Damares Alves confirmou a versão da igreja.
Segundo a PF, porém, a operação ocorreu “a partir de informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da PF”, sem qualquer informação sobre o suposto alerta por parte dos envolvidos. Fontes acrescentam que a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) já vinha monitorando a aeronave anteriormente.
Dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) confirmaram que o avião de prefixo PR-WYN pertence, de fato, à Igreja do Evangelho Quadrangular. Trata-se de um Bonanza G36 fabricado em 2011 pela empresa norte-americana Hawker Beechcraft.
A aeronave é utilizada pelo pastor Josué Bengston, secretário-executivo da igreja, e pelo seu filho, Paulo Bengston, que integra o governo do Pará como titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
O avião foi adquirido pelos donos atuais em junho de 2020, segundo informações disponibilizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Sites especializados no setor indicam que um modelo similar pode custar de R$ 3,5 milhões a R$ 10 milhões, a depender das condições e das horas de voo.
Paulo Bengtson disse que a aeronave é usada há cerca de três anos para transportar pastores pelo Pará e para levar pessoas doentes em caso de necessidade.