A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quinta-feira (1º) uma operação contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas. A Operação Hefesto conta com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU).
Segundo a investigação, “os ilícitos teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos, cujos recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE)”.
Em abril do ano passado, a Folha de S.Paulo revelou que o governo de Jair Bolsonaro (PL) destinou R$ 26 milhões de recursos do MEC (Ministério da Educação) para a compra de kits de robótica para escolas de pequenas cidades de Alagoas. Todos os municípios têm contratos com uma mesma empresa de aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A licitação incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica. As fraudes e superfaturamento geraram prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões, em relação às despesas até então analisadas.
Mais de 110 policiais federais e 13 servidores da CGU cumprem 27 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo 16 em Maceió (AL), oito em Brasília, um em Gravatá (PE), um em São Carlos (SP) e um em Goiânia (GO), além de dois mandados de prisão temporária em Brasília, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas, segundo a página da PF.
A Justiça ainda determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados no valor de R$ 8,1 milhões e a suspensão de processos licitatórios e contratos entre a empresa investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.