O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu que a Procuradora-Geral da República (PGR) investigue o possível episódio de violência política de gênero sofrido pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que teve o microfone cortado durante sessão da CPI do MST.
Na ocasião, tanto o presidente da comissão, o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), quanto o relator, Ricardo Salles (PL-SP), desligaram o microfone de Sâmia durante suas falas.
“A figura de uma mulher jovem de esquerda, que fala o que eles não querem ouvir, os deixa muito nervosos. Mas sou uma parlamentar, fui eleita”, disse a deputada a Universa, do UOL.
Agora, a PGR pode pedir a abertura de investigação. Se houver elementos suficientes, como os vídeos que já existem de Salles desligando o microfone de Sâmia, o órgão pode oferecer denúncia e, então, ambos viram réus.
A pena para o crime de violência política de gênero é de um a quatro anos de prisão, que é a pena que Salles poderia pegar, segundo informou a advogada Maíra Recchia, presidente do Observatório Eleitoral da OAB-SP, a Universa.
Para Sâmia, o fato de o MPE ter encaminhado a procuração à PGR sem que ela tivesse pedido, é um sinal de que a violência política de gênero será discutida. “Espero que esse caso tenha uma resolução, isso não é um problema somente comigo, isso é um ataque contra o direito das mulheres brasileiras participarem da política”, afirmou.