O jogador Casemiro, que atua na Seleção Brasileira e no Manchester United da Inglaterra, foi a última vítima – se é que se pode chamar assim – de Léo Dias, que divulgou prints dando conta da traição do jogador à esposa Anna Mariana, com quem é casado há mais de 10 anos.
Após a polêmica, veio a público que as amantes dos jogadores de futebol são tão numerosas e estão tão em casa que têm um grupo de Whatsapp juntas.
Imagino os possíveis nomes para o grupo, mas, se escrevesse, seria acusada de atacar mulheres. Vejam: mulheres que atacam outras mulheres sendo amantes de seus maridos às vezes por anos a fio, como no caso de Casemiro.
Embora lhes falte a famigerada sororidade, a culpa não é dessas mulheres, definitivamente. Elas não têm um laço conjugal que se comprometeram a honrar.
A culpa é sempre de quem trai. Não importa se o traído sabe, se o amante faz de propósito, se a relação “já não andava tão bem”.
Trair é, além de desvio de caráter, cultural no Brasil, sobretudo no meio futebolístico. Tão cultural que as amantes são figurinhas carimbadas, com grupo no whatsapp e tudo.
Trair, pra jogador de futebol, é tão comum que é capaz de os fiéis às esposas não conseguirem se enturmar.
Essa cultura, que vem desde muito antes de Casemiro, está profundamente arraigada e correlacionada ao dinheiro: homens com uma posição social abastada se recusam a terem uma só mulher porque mulheres significam status, simples assim.
Exibir mulheres como troféus é natural para homens ricos, e desejado pelos pobres: isso parte de uma cultura segundo que trata mulheres como objetos.
Mudar a cultura da traição no futebol implica em mudá-la de modo geral, através da re-humanização de mulheres objetificadas.
Ou isso ou continuaremos tratando os casos de traição como isolados, como se não soubéssemos que Casemiro não foi o primeiro e não será o último.