Integrantes da cúpula do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm notado um distanciamento maior entre o ex-mandatário e os ministros que ele indicou para o Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
De acordo com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, a avaliação de correligionários da sigla é que o ex-capitão deveria estar se articulando junto a esses magistrados para tentar ter um placar menos desfavorável a ele na ação sobre sua inelegibilidade.
Tanto o PL quanto o próprio Bolsonaro dão como certa a cassação do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para integrantes da legenda, no entanto, seria um “péssimo cenário” ter Bolsonaro inelegível por unanimidade, ou seja, com votos dos sete ministros da corte a favor de sua cassação.
Para a cúpula do PL, entretanto, o ex-chefe do Executivo deveria estar empenhado em trazer os votos de Nunes Marques, que ele próprio nomeou, e Raul Araújo, que já mostrou alinhamento com o ex-mandatário em decisões durante a campanha eleitoral.
Membros do partido de Bolsonaro apontam que o distanciamento se deu porque o ex-capitão coloca na conta do magistrado ter angariado Gilmar Mendes como desafeto na Suprema Corte.
No dia 22 deste mês, o TSE inicia o julgamento sobre a ação que trata da reunião do ex-mandatário com embaixadores de mais de 40 países no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro fez diversos ataques, sem provas, ao sistema eleitoral brasileiro.