O deputado federal Celso Sabino (União-PA), que irá assumir o Ministério do Turismo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem em seu histórico posicionamentos políticos que o aproximaram do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o distanciam do grupo político que passará a integrar.
Lula comunicou a assessores que aceitou a indicação de Sabino para o comando da pasta. A mudança no Ministério deve ser anunciada oficialmente, ainda nesta semana, depois que o presidente petista conversar com a atual ministra e seu marido. A informação é do colunista Tales Faria, do UOL.
O simpatizante do ex-mandatário entrará no lugar de Daniela Carneiro (União-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, nome do marido e prefeito de Belford Roxo, que deixou o União e se filiou ao Republicanos. Waguinho, inclusive, tem chamado o parlamentar de bolsonarista.
“Seria um erro muito grande tirar a mulher mais votada do Rio, evangélica, para botar um deputado bolsonarista, o Celso Sabino, que foi contra o Lula”, afirmou o político em entrevista ao GLOBO.
Recentemente, Sabino apagou uma publicação em que condenava a indicação de Lula para o Ministério da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff, em 2016. Na publicação, ele se referiu ao petista como “homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro”.
Após acordo entre políticos do Centão, Sabino, ligado principalmente ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi indicado pelo ex-capitão para ser líder da maioria na Casa. Na época, ele era filiado ao PSDB e a proximidade com o Bolsonaro foi um dos pontos de tensão que levaram Sabino a deixar o partido.
Quando ainda era filiado a legenda, o apoiador do ex-mandatário era apontado por colegas tucanos como o principal articulador para que a legenda integrasse a base do governo Bolsonaro.
Já em 2020, Sabino embarcou com o então presidente ao Pará, seu estado natal, para participar da primeira etapa de inauguração das obras do Porto Futuro. Na ocisão, o parlamentar publicou uma foto em que aparece apertando a mão do ex-capitão. A foto não está mais nas redes sociais do deputado.
Além disso, assim que Bolsonaro anunciou sua decisão de substituir o general Eduardo Pazuello (PL-RJ) por Marcelo Queiroga à frente do Ministério da Saúde, Sabino demonstrou apoio à decisão do então presidente logo em seguida.
Vale destacar também que o bolsonarista recebeu uma grande fatia do Orçamento Secreto. Sabino foi beneficiado com pelo menos R$ 27,2 milhões de verbas em 2022. Ele ainda esteve entre os 30 parlamentares federais que mais indicaram recursos. O valor gira em torno de R$ 54,1 milhões.