O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi fortemente aconselhado por seus aliados e advogados a ficar em silêncio até o próximo dia 22, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dará início ao julgamento que poderá resultar em sua inelegibilidade.
De acordo com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, o discurso feito pelo ex-mandatário na última quarta-feira (14), durante a filiação do ex-ministro Marcelo Queiroga ao PL, foi visto por aliados como um reconhecimento antecipado de sua derrota na corte eleitoral.
“A vida de candidato ao Executivo não é fácil […] Tenho mais de 500 processos, mais como gestor, bem mais pra lá do que pra cá, acho que contribui bastante para o futuro do meu país, juntamente com muitos de vocês, e posso contribuir ainda, aconteça o que acontecer”, disse o ex-capitão sem citar diretamente o julgamento.
Bolsonaro, no entanto, recebeu a ordem de não se pronunciar sobre questões judiciais e de não provocar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE. O ex-presidente, porém, não seguiu à risca a orientação, mesmo tendo evitado confrontos diretos com os magistrados.
“A gente sabe como é a política brasileira e já sabemos como é a Justiça no Brasil. A gente se prepara para que, aconteça o que acontecer, com muita altivez, para buscar alternativas”, afirmou o ex-chefe do Executivo, sem fazer referências diretas ao julgamento.
Vale destacar que, atualmente, uma das maiores preocupações no PL é a possibilidade de Bolsonaro ser derrotado por unanimidade no TSE, ou seja, que os sete ministros votem a favor de sua inelegibilidade.