A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo arrancou as bandeiras LGBTQIA+ que estavam penduradas na fachada do Theatro Municipal de SP em comemoração ao mês do orgulho LGBT+, comemorado em junho.
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, a ação acabou gerando uma crise interna com ativistas da causa e integrantes do Municipal. O edifício, localizado na região central da capital paulista, está sem as faixas coloridas desde quarta-feira (14)
Em um abaixo-assinado na internet, funcionários do local, artistas e apoiadores da causa LGBT+ classificam a iniciativa como “um ataque direcionado à nossa comunidade e a todas as pessoas que defendem políticas de diversidade, ataque este perpetrado pela atual direção da Fundação Theatro Municipal (FTM) de São Paulo”.
No texto, eles relatam que funcionários da Fundação Theatro Municipal pediram a retirada da bandeira no dia 14, “sem nenhuma justificativa”.
A Sustenidos, organização social que tem contrato com a Fundação para administrar o teatro, afirmou discordar da ação de retirada das bandeiras. E alertou que, “devido às chuvas, não havia condições seguras” para a remoção neste momento.
Cerca de meia hora depois desse posicionamento, o próprio diretor geral da Fundação, Abraão Mafra, apareceu para retirar as faixas. Ele e outros funcionários “foram pessoalmente às varandas e ao telhado do edifício e retiraram as bandeiras”, segundo o texto.
Veja os vídeos:
Bandeira do arco-íris LGBT é retirada do Theatro Municipal sem explicação.
Os funcionários do Theatro foram pegos de surpresa com a ordem de retirar a bandeira, que anualmente fica exposta durante todo o mês de junho, mês do orgulho LGBT. + #LGBT #pride pic.twitter.com/bwArY1khgK— Juliano Dip (@julianodip) June 15, 2023
A Sustenidos afirma que a bandeira foi retirada “pela equipe da Fundação Theatro Municipal [ligada à secretaria de Cultura], sem concordância da Sustenidos”.
A Bancada Feminista na Câmara Municipal de São Paulo enviou um ofício à Fundação Theatro Municipal questionando a decisão.
“Nos últimos anos, a bandeira foi colocada no 1° dia do mês e retirada no último, sendo que o dia 28 é a data mais importante para as reivindicações dos movimentos sociais [dia da Revolução de Stonewall, quando houve uma rebelião contra uma operação policial violenta em um bar frequentado por um grupo de gays em Nova York, nos EUA]”, diz o documento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura disse que a remoção da bandeira “se deu pelo fato da rotatividade das atividades do espaço, sendo necessárias alterações constantes em sua fachada, propiciando assim o regular andamento das atividades”.