Toffoli, Nunes Marques e Mendonça: Golpistas estipulavam que três ministros do STF poderiam convocar novas eleições

Atualizado em 16 de junho de 2023 às 23:45
Fachada do palácio do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Fabio Rodrigues

Os documentos golpistas encontrados no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previa que ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fossem destituídos, ainda no ano passado. A informação é da revista VEJA.

O objetivo de afastar os ministros era para que outros três, na época ocupantes de cadeiras de substitutos, fossem designados para o cargo e recebessem a incumbência de convocar novas eleições.

As revelações fazem parte de um relatório da Polícia Federal (PF). Os documentos foram encontrados durante perícia no telefone do braço direito de Bolsonaro.

Investigadores da corporação encontraram um roteiro para aplicar um golpe de Estado. O passo a passo do golpe, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, incluía oito pontos de interrupção da normalidade democrática, como a nomeação de um interventor e a prerrogativa de este indicado comandar as Forças Armadas, a abertura de inquéritos contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o afastamento de magistrados, inclusive da Justiça Eleitoral, que supostamente estivessem usurpando suas funções e intervindo em outros poderes.

No caso do TSE, o planejamento golpista previa que, afastando ministros da Corte “responsáveis pela prática de atos com violação da prerrogativa de outros poderes”, seriam convocados três ministros do Supremo para assumir as cadeiras vagas e convocar novas eleições. Os ministros seriam Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Dias Toffoli.

Bolsonaro foi o responsável por indicar Nunes Marques e Mendonça ao STF. Não há qualquer referência, no relatório da PF, de que os ministros tivessem conhecimento ou endossassem o plano.

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