O pastor Silas Malafaia não fará greve de fome ou jejum como protesto por Jair Bolsonaro (PL), caso o ex-presidente tenha seus direitos eleitorais cassados em julgamento que acontecerá na próxima quinta-feira (22), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A suposta promessa repercutiu nas redes sociais na última semana, O pastor teria dito que não aceitaria a decisão negativa ao seu amigo e que faria uma greve de fome que poderia até morrer. Malafaia, cedeu entrevista à Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que foi publicada neste sábado (17), e negou os boatos. “Você acha que vou perder o meu tempo de fazer greve de fome para homem?”, disse.
Na conversa com a colunista, o líder religioso aproveitou para explicar o que é o jejum praticado nas igrejas: “Eu faço jejum para Deus. É jejum, não é greve de fome. O Jejum na bíblia é para você se aproximar de Deus. Greve de fome para ninguém, para nada”.
Embora tenha negado que faria o protesto contra o TSE, Silas Malafaia criticou o júri, afirmando que o tribunal se comporta com viés político e não para julgar causas eleitorais. Ele usou como exemplo a cassação do mandato do agora ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Para o pastor, “é uma vergonha saber que temos um ‘tribunal superior político, não eleitoral. Deixou de ser eleitoral há muito tempo. É só ver o que eles fizeram com o Dallagnol”.
Conforme pensa Silas Malafaia, a cassação do ex-procurador da Lava-Jato “é uma das coisas mais vergonhosas e absurdas que nós já assistimos no país. Não respeitam lei, não respeitam nada. O cara quando pediu para sair não estava em nenhuma PAD, Processo Administrativo Disciplinar, que é a única coisa que faria ele perder o mandato”.
Apesar da insatisfação do pastor, e de toda a ala bolsonarista, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato de Deltan Dallagnol com base na Lei da Ficha Limpa. Após a denúncia do Federação Brasil Esperança, que une partidos como PT, PCdoB e PV, o TSE julgou que seria ilegal a candidatura do ex-magistrado por entender que ele não poderia ter deixado a carreira de procurador enquanto respondia processos disciplinares no cargo. Na prática, Deltan teria fugido das obrigações legais para conquistar foro privilegiado como parlamentar.
Ainda fazendo acusações contra o Tribunal, Malafaia chamou o ministro Benedito Gonçalves de subserviente ao ministro Alexandre de Moraes, que foi classificado como “ditador” pelo líder da Assembleia de Deus. Moraes preside o TSE e é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Acreditar nesses caras em quê? Só vocês da imprensa que ainda não foram atingidos em cheio, que estão dando colher de chá para eles. A vez de vocês vai chegar, é só vocês contrariarem alguma coisa deles”, disse. “É uma piada o que estamos assistindo”.
O julgamento da próxima quinta-feira avaliará a conduta de Jair Bolsonaro ao usar as dependências do Planalto para disseminar fake news e antecipar a campanha política ao convidar embaixadores de diversos países para atacar as eleições brasileiras e as urnas eletrônicas.