A Polícia Federal (PF) está perto de concluir as investigações sobre a facada, durante a campanha eleitoral de 2018, no então candidato a presidência Jair Bolsonaro, na época filiado ao PSL. De novo, a conclusão deverá ser a de que Adélio Bispo, o autor do atentado, agiu por conta própria.
De acordo com informações do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, a nova fase de investigação pode revelar a pressão política exercida do Palácio do Planalto para que investigadores apontassem a existência de ligação entre a tentativa de assassinato com o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país.
Nos bastidores, fontes graduadas da PF apontaram a existência de evidências da tentativa de interferência do governo Bolsonaro nas investigações. No entanto, o pedido para ligar o fato ao PCC visava ganhos eleitorais.
Chegou a ser considerada a possibilidade de abertura de uma apuração específica, para mapear em que medida integrantes de postos de direção da corporação na gestão do ex-chefe do Executivo agiram para atender aos interesses do governo Bolsonaro.
As cobranças do antigo governo utilizavam o argumento de que em 2021, após o acesso ao telefone celular de um dos advogados que representou Bispo, foi identificado que o profissional também teria atuado para o PCC. Chegou-se à conclusão de que o tal advogado de Adélio tinha, sim, clientes ligados à facção, mas que em nenhum momento essa conexão teve relação com a tentativa de assassinato de Bolsonaro.
Por duas vezes, os investigadores concluíram que Adélio teria agido sozinho e sem mandantes. Segundo o colunista, a terceira conclusão deve apontar para a mesma conclusão, ou seja, de que Adélio Bispo agiu sozinho e que o atentado contra a vida do ex-capitão não foi arquitetado ou patrocinado pelo PCC.