A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode torná-lo inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação tem como estratégia jurídica o questionamento de parte das provas incluídas no processo. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Os advogados do ex-capitão argumentam que a reunião feita por Bolsonaro com embaixadores teria sido um debate legítimo, sem caráter eleitoral e sem gravidade capaz de prejudicar o processo eleitoral. Na ocasião, ele atacou, sem provas, o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral.
No primeiro dia do julgamento, na última quinta-feira (22), o advogado Tarcísio Vieira, que representa o ex-presidente, disse que as falas de Bolsonaro na reunião podem ter sido feitas em um “tom inadequado, ácido”. Ele, no entanto, chamou as falas de diálogo institucional público.
Carvalho classificou a ação movida pelo PDT como “impostora e eivada de falsidade ideológica” e afirmou que não está em julgamento o movimento político representado pelo ex-capitão. A competência da Justiça Eleitoral para decidir sobre o encontro com os embaixadores também foi questionada. Eles argumentaram que o encontro seria “um ato de governo”.
Ainda segundo a Folha, a defesa de Bolsonaro alega também que a minuta é “imprestável” para ser usada como prova, uma vez que a perícia atesta que o documento não teria sido tocado por Bolsonaro.
Os advogados do ex-chefe do Executivo ainda sustentam que, no mérito, ele não cometeu nenhum ilícito eleitoral no evento e que a conduta do ex-presidente não “se reveste da gravidade mínima necessária à procedência de ação de tamanha envergadura”.