O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, pagou mais de R$ 1 milhão a um instituto contratado para produzir relatórios sobre a segurança das urnas eletrônicas. A informação é do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O Instituto Voto Legal recebeu do partido do ex-chefe do Executivo cinco parcelas de R$ 225 mil, somando R$ 1.125 milhão, por elaborar um documento que defendia a invalidação de votos registrados em 279 mil urnas no segundo turno. Nenhuma irregularidade nas urnas eletrônicas foi comprovada.
O pedido, no entanto, foi rapidamente rejeitado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que o classificou como falso e, além disso, impôs uma multa de R$ 22,9 milhões ao partido por litigância de má-fé.
Vale destacar que o julgamento no TSE, que pode tornar o ex-presidente inelegível e afastá-lo das urnas por oito anos, não trata da contratação do instituto ou sequer dos relatórios produzidos.
O caso refere-se a reunião do ex-mandatário com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. Na ocasião, ele atacou, sem provas, o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira (27) o julgamento dessa ação, que teve início na última quinta-feira (22) com a apresentação do resumo do caso e das sustentações das partes do processo, o advogado do PDT, autor da ação, o advogado da chapa Bolsonaro-Braga Netto e o Ministério Público Eleitoral (MPE).