Para emplacar o nome do filho Eduardo como embaixador do Brasil nos EUA, ainda no início de seu governo, em 2019, Bolsonaro, agora inelegível por decisão do TSE, cometeu um ato falho:
“Pretendo beneficiar um filho meu, sim”, disse numa live. “Pretendo, está certo. Se puder dar um filé mignon ao meu filho, eu dou”.
A tentativa frustrada de emplacar o Zero Três não impediu o capitão de continuar abusando das instituições.
Uma das polêmicas mais relevantes foi a interferência na Polícia Federal para tentar proteger os filhos Flávio e Carlos, envolvidos em escândalos de ‘rachadinha’, além do próprio Eduardo.
Neste episódio, o ex-capitão protagonizou com Sérgio Moro uma luta entre o ‘sujo’ e o ‘mal lavado’.
Ao deixar o governo, o ex-juiz, que também está próximo de ser defenestrado da política, acusou Bolsonaro de o pressionar para trocar o comando da Polícia Federal com o objetivo de ter acesso a informações de inquéritos sobre a sua família.
O então mandatário, igualmente ouvido no inquérito, devolveu alegando que a troca do ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por Alexandre Ramagem, se deu por falta de interlocução, não por interferência política.
Bolsonaro disse ainda que Moro teria concordado com a medida, desde que fosse um indicado para uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
As denúncias de ingerência do ex-presidente na PF incluíram relatos de tentativas de acesso a informações sigilosas, interferência em investigações em andamento e solicitações de mudanças em equipes de trabalho, tudo com o objetivo de favorecer interesses seus familiares.
A consequência inevitável da briga entre os dois ex-aliados foi a queda na popularidade do governo e o fortalecimento da oposição.