O senador Renan Calheiros (MDB-AL) acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de receber informações privilegiadas de operação da Polícia Federal e de aparelhar politicamente a superintendência de Alagoas. O caso chegou à coordenação-geral de assuntos internos da Corregedoria da corporação, em Brasília, onde tramita um inquérito aberto no fim do ano passado. A informação é do Estadão.
O emedebista foi chamado para prestar depoimento, na condição de testemunha, e reiterou a acusação.
“Ele anunciou para todos que estava nomeando a superintendente da Polícia Federal em Alagoas, se não me engano, em junho de 2022, Juliana de Sá Pereira Gonçalves, e que ela iria fazer a investigação de um fato que havia acontecido no âmbito da Assembleia Legislativa”, afirmou o senador ao delegado Ramon Morais.
Renan ainda disse que a delegada permitiu que informações sobre a operação contra o prefeito Gilberto Gonçalves (PP), aliado de Lira, fossem vazadas ao presidente da Câmara antes da PF ir às ruas. Ele ainda disse que o advogado do gestor municipal pediu um habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região na ocasião.
“O advogado disse que o prefeito não poderia ser preso com base nas informações que recebeu. Recebeu de quem? Recebeu da superintendente, porque era ela que tinha relação com o deputado e foi levada para Alagoas para isso tudo”, prosseguiu o emedebista no depoimento.
Lira também acusa Renan de interferência na PF e diz que ele quer abafar investigações contra ele e aliados. “Ele sabe que hoje não há interferência na PF, como na época em que ele mandava e desmandava. Ao invés de combater a corrupção, Renan quer mesmo é abafá-la” disse o presidente da Câmara no Twitter no ano passado.
O advogado Fábio Gomes, representante de Lira e Gilberto Gonçalves, acusa o senador de calúnia e já apresentou uma notícia-crime contra ele.