Presidente do BTG crê que juros cheguem a 9% e diz que ‘Haddad é bastião da credibilidade do governo’

Atualizado em 30 de junho de 2023 às 11:09
Roberto Sallouti, presidente do banco BTG Pactual – Foto: Zanone Fraissat

O presidente do banco BTG Pactual, Roberto Sallouti, definiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), como o “bastião da credibilidade” do governo federal atualmente.

“Acho que ele (Haddad) está surpreendendo os agentes econômicos positivamente. O ministro Haddad virou um bastião de credibilidade deste governo. Acho que ele vai muito bem”, afirmou Sallouti ao Estadão. Ele ainda disse que uma condução responsável na pasta pode levar o petista a “voos mais altos”.

Sallouti já havia destacado a “relevância e respeito” que Haddad acumulou nos últimos seis meses. A declaração foi feita em evento organizado no Rio de Janeiro pelo grupo empresarial Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria. Na ocasião, ele também disse que Haddad é um interlocutor confiável no governo.

“Quando você senta na cadeira e tem responsabilidade, você vê o que tem de boas práticas e tem menos ideias. Ele (Haddad) está fazendo um bom trabalho, montou uma equipe muito boa, e percebeu a importância que tem para o governo Lula e para, eventualmente, se credenciar a voos maiores se seguir essa agenda (responsabilidade fiscal e aumento da produtividade da economia). Se essa agenda não acontecer, acho que o futuro político dele fica bem comprometido”, disse Sallouti.

Roberto Sallouti, presidente do banco BTG Pactual – Foto: Reprodução

Ele ainda afirmou que o Banco Central tem tudo para iniciar um ciclo de queda de juros em agosto, ante a aprovação e respeito ao novo arcabouço fiscal, além da manutenção da meta de inflação. Segundo Sallouti, nesse contexto, haveria espaço para a Selic descer até 9% dentro de seis a nove meses. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75% ao ano.

“O que vai ser chave para as expectativas é o cumprimento das metas fiscais estabelecidas. Aprovou o arcabouço, agora tem que entregar. Está todo mundo crendo que (a parte fiscal) vai ficar na banda estabelecida”, ressaltou.

O presidente do BTG Pactual também criticou os “ruídos” criados por agentes políticos a respeito da política monetária, além de defender a manutenção da meta de inflação em 3%.

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