Após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se tornou o “herdeiro” do bolsonarismo. Aliados do ex-presidente acreditam que ele é um bom nome para assumir o posto deixado pelo capitão. A informação é da revista Veja.
“Política tem fila e o governador de São Paulo sempre está em primeiro lugar, por conta do tamanho do estado”, afirmoa o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro. Segundo ele, Tarcísio teria facilidade em unir siglas como Republicanos, PP, PSD, PL, União Brasil e Parte do MDB. “O que sobra para Lula e a esquerda?”, prossegue.
Os aliados do ex-presidente avaliam que a margem da vitória de Lula sobre Bolsonaro na capital paulista em 2022 mostra que o governador conseguiria atrair eleitores da cidade para enfrentar o PT em 2026. “O voto que precisamos conquistar é o do centro, então deve-se manter um discurso de centro, que vai atrair a maioria das pessoas”, aponta.
Arthur Lira (PP-AL), o presidente da Câmara dos Deputados, também acredita que a inelegibilidade de Bolsonaro fortalece Tarcísio. Bolsonaristas também colocam o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, como um dos possíveis “herdeiros”, mas acreditam que o ex-ministro da Infraestrutura tem mais vantagem.
“Tarcísio teria a vantagem de conseguir agregar 100% dos votos de Bolsonaro e também votos de centro. Zema, por exemplo, teria mais dificuldade, porque os bolsonaristas não o enxergam como sucessor de Bolsonaro”, diz Capitão Augusto (PL-SP), vice-presidente do partido de Bolsonaro.
Interlocutores de Tarcísio, no entanto, acreditam que sua relação com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, possa causar problemas. O atual governador de São Paulo tinha frequentes estranhamentos com ele e os dois romperam após a decisão de se filiar ao Republicanos.
O PSD, que integra a base aliada de Tarcísio com Gilberto Kassab como secretário de Governo, acredita que deveria existir cautela numa possível candidatura presidencial e aponta que o governador deveria buscar a reeleição. “Quando o momento chegar, ele poderá fazer uma análise do cenário, da situação política que o país e o estado vivem, mas o foco tem sido 100% em construir um legado no estado, com concessões e privatizações”, afirma Felício Ramunth, vice-governador do estado.
A proximidade de Tarcísio com Kassab também é vista com reservas no entorno de Bolsonaro. Um assessor do ex-presidente acredita que o governador “está sob as rédeas” do pessedista. Por isso, alguns avaliam que uma chapa que unisse a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) teria mais chances na eleição, por juntar uma expoente do agronegócio com uma evangélica.