O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está revoltado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por aparecer em uma foto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Nessa quarta-feira (5), o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro disse que concorda 95% com a proposta de reforma tributária do governo. A declaração foi feita ao lado de Haddad, após reunião entre os dois em Brasília.
O posicionamento de Tarcísio irritou o ex-presidente, que não se segurou e fez diversas críticas ao governador durante uma reunião, nesta quinta-feira (6), por apoiar a reforma tributária e querer liberar a bancada para votar o projeto. Tarcísio defendeu no começo da semana que estava de acordo com o texto e que tinha apenas algumas ressalvas.
“Fizemos reunião com as lideranças, com o setor empresarial, com o coordenador da bancada, ontem fizemos reunião com a bancada de São Paulo, fizemos reunião com o relator. Então, acho que todo mundo já conhece quais são os pontos de São Paulo, as divergências, que são poucas e são divergências ajustáveis para que a gente possa preservar o federalismo”, afirmou Tarcísio na terça-feira (4).
Segundo o blog de Andréia Sadi, no G1, Bolsonaro se enfureceu tanto com Tarcísio que Valdemar Costa Neto, presidente do PL, precisou intervir em alguns momentos. Além do ex-mandatário, o governador também foi alvo de bolsonaristas do PL.
Bolsonaro, que está inelegível, criticou o perfil político de Tarcísio e disse que ele não tem ‘experiência política’.
Durante a reunião, o ex-presidente ainda tentou convencer os políticos presentes para adiar a reforma tributária. “A Câmara começa com vocês. Nós temos que ter alguns dias a mais para chegar num consenso”, afirmou.
Ver essa foto no Instagram
Na quarta, Bolsonaro disse que o projeto vai na contramão do que foi feito no seu governo e que, se fosse deputado, votaria contra tudo que viesse do PT.
O texto da reforma é de iniciativa do Congresso Nacional e deve ser concluído até o início da noite de hoje, conforme informou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A proposta de Bolsonaro era adiar para a primeira semana de agosto a votação. Mas Lira já avisou que isso está fora de cogitação.