Frente a inelegibilidade de Deltan Dallagnol e a possibilidade dele lançar sua mulher, Fernanda, como postulante à Prefeitura de Curitiba, existe uma chance concreta dessa candidatura gerar um conflito entre os dois principais ex-participantes da Operação Lava-Jato que migraram para a política: ele e o senador Sergio Moro
O partido União Brasil, liderado pelo ex-juiz, está apostando em outros nomes para a disputa na capital paranaense e espera contar com o apoio do parlamentar.
Um dos nomes é o do deputado estadual Ney Leprevost. Em 2016, quando Rafael Greca (PSD) foi eleito para seu primeiro mandato como prefeito, Leprevost ficou em segundo lugar na disputa.
“Estamos abertos para uma composição, mas ainda não há nada definido. O União Brasil elegeu deputados com bons resultados e espero poder somar com isso. Moro é um político respeitado, mas ainda não nos sentamos para conversar”, afirmou Ney Leprevost, um dos caciques locais da sigla.
Outra possibilidade do União Brasil é Flávia Francischini, que poderia compor a chapa do atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Pimentel conta com o apoio de Greca e do governador do estado, Ratinho Júnior (PSD). Apesar de não confirmar Francischini, Pimentel defende a formação de alianças:
“Eu sou uma pessoa voltada para o diálogo e tenho o desejo de construir uma ampla frente de apoio.”
A disputa entre o União Brasil e Dallagnol ainda é incerta. Nos bastidores, estrategistas destacam que a relação entre o ex-coordenador da força-tarefa de Curitiba e Moro nunca foi pessoal. Oficialmente, o senador afirmou que é cedo para comentar as eleições do próximo ano.
Ainda há dúvidas sobre qual partido Fernanda Dallagnol irá concorrer. Desde que deixou a Câmara, Deltan permanece filiado ao Podemos, mas tem negociado com outros partidos. No último domingo, o ex-deputado compareceu a um evento do partido Novo ao lado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do senador Eduardo Girão (CE).