Grande mobilização em Israel contra a reforma da justiça depois de voto crucial

Atualizado em 11 de julho de 2023 às 19:57
Manifestantes em Israel. Foto Ronen Zvulum/Reuters

Apesar de estarem mobilizados há largos meses contra esta reforma que a seu ver marca o declínio da democracia em Israel, os manifestantes continuam na rua.

Os organizadores da paralisação desta terça-feira anunciaram o bloqueio de locais estratégicos do norte e do sul do país. Esta tarde, manifestantes afluíram em massa para o aeroporto internacional Ben-Gourion, em Telavive, onde protestaram contra a reforma da justiça.

A polícia indicou ter detido 66 pessoas por todo o país, acusadas de “perturbação da ordem pública”.

Isto acontece na sequência do voto durante a noite de ontem em primeira leitura, com 64 votos favoráveis e 56 contra, da anulação da possibilidade para o poder judicial se pronunciar sobre o “carácter razoável” de uma decisão do governo.

Num vídeo colocado em linha ontem à noite, durante os debates na Knesset, o chefe do governo justificou que este projecto de lei “não é o fim da democracia”, que pelo contrário “vai reforçar a democracia” e que “os direitos dos tribunais e dos cidadãos israelitas não vão em caso algum ser lesados”.

A comissão parlamentar das leis retomou esta tarde os debates em torno desta medida.

A polícia israelita usou canhões de água para dispersar os manifestantes que bloqueou uma estrada nesta terça-feira, 11 de Julho de 2023. Foto: AP/Ohad Zwigenberg

Hoje também, Arnon Bar-David, chefe da poderosa central sindical Histadrout lançou um apelo para que o Primeiro-ministro “ponha fim ao caos delirante no seio da sociedade israelita, o mais depressa possível”, o líder sindical dizendo claramente que o sindicato utilizaria o seu poder se a situação chegasse ao limite.

Um dos líderes da oposição, Yaïr Lapid, acusou o governo de não respeitar a promessa de “ajudar os mais fracos e proteger a segurança de Israel”.

O Presidente israelita Isaac Herzog, por sua vez, apelou o governo e a oposição a voltarem à mesa das conversações para chegar a um consenso em torno desta reforma.

Publicado na RFI

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