Apesar de estarem mobilizados há largos meses contra esta reforma que a seu ver marca o declínio da democracia em Israel, os manifestantes continuam na rua.
Os organizadores da paralisação desta terça-feira anunciaram o bloqueio de locais estratégicos do norte e do sul do país. Esta tarde, manifestantes afluíram em massa para o aeroporto internacional Ben-Gourion, em Telavive, onde protestaram contra a reforma da justiça.
A polícia indicou ter detido 66 pessoas por todo o país, acusadas de “perturbação da ordem pública”.
Isto acontece na sequência do voto durante a noite de ontem em primeira leitura, com 64 votos favoráveis e 56 contra, da anulação da possibilidade para o poder judicial se pronunciar sobre o “carácter razoável” de uma decisão do governo.
Num vídeo colocado em linha ontem à noite, durante os debates na Knesset, o chefe do governo justificou que este projecto de lei “não é o fim da democracia”, que pelo contrário “vai reforçar a democracia” e que “os direitos dos tribunais e dos cidadãos israelitas não vão em caso algum ser lesados”.
A comissão parlamentar das leis retomou esta tarde os debates em torno desta medida.
Hoje também, Arnon Bar-David, chefe da poderosa central sindical Histadrout lançou um apelo para que o Primeiro-ministro “ponha fim ao caos delirante no seio da sociedade israelita, o mais depressa possível”, o líder sindical dizendo claramente que o sindicato utilizaria o seu poder se a situação chegasse ao limite.
Um dos líderes da oposição, Yaïr Lapid, acusou o governo de não respeitar a promessa de “ajudar os mais fracos e proteger a segurança de Israel”.
O Presidente israelita Isaac Herzog, por sua vez, apelou o governo e a oposição a voltarem à mesa das conversações para chegar a um consenso em torno desta reforma.
Publicado na RFI