O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reforma tributária vai enfrentar resistência do mercado financeiro e do empresariado, setor que atualmente elogia seu trabalho. Segundo ele, a proposta vai mexer com renda e patrimônio. A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
“Mas nós vamos divulgar os dados. Como um país com tanta desigualdade isenta de imposto de renda o 1% mais rico da população?”, questiona o ministro. Ele diz que a reforma tributária equivale ao “Plano Real” do governo Lula, mas admite que o desafio fiscal “é grande”.
Ele ainda reclama dos ricos que têm residência no Brasil mas mantém o dinheiro fora do país por meio de um fundo offshore. Ele diz que nesses casos os responsáveis precisam “pagar pelo rendimento”.
“E os fundos exclusivos, em que uma pessoa delega as cotas para os seus descendentes e não paga imposto de renda nunca? São coisas que chamam a atenção do mundo sobre o Brasil. O trabalhador hoje está isento, graças ao presidente Lula, até R$ 2.640. Você ganhou R$ 2.650, já paga. E uma pessoa que ganha R$ 2.640.000,00 está isenta?”, prossegue.
Haddad não falou sobre a possibilidade de aumentar impostos ou cortar investimentos com a medida, mas disse que o governo vai buscar “corrigir distorções absurdas do sistema tributário” para cumprir a meta. Ele ainda prometeu discutir com “cautela” a taxação de distribuição de lucros e dividendos.
“Isso vai ser endereçado com mais calma porque não dá para tomarmos uma medida sem considerarmos os impactos no imposto de renda da pessoa jurídica”, diz o ministro sobre a taxação da distribuição de lucros e dividendos.
É justo que os muito ricos não paguem impostos e essa conta caia nos ombros dos mais pobres e da classe média? Um corte da minha entrevista para @monicabergamo pic.twitter.com/CQUEcEwBPC
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) July 18, 2023