A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (18), que há indícios de que o ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, tenha participado de “fatos preparatórios” para os atos golpistas. Com informações do Metrópoles.
A manifestação ocorre após o ministro Luís Roberto Barroso dar um prazo de 48 horas para que a CPI explicasse a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de Vasques. A quebra do sigilo foi aprovada pela comissão no último dia 11, durante a última sessão do colegiado antes do recesso parlamentar.
“O colegiado entendeu haver indícios de que o impetrante teria participado, enquanto Diretor-Geral da PRF, de possíveis fatos preparatórios ao 8 de janeiro. Chegou-se a cogitar, inclusive, a prisão do impetrante por falso testemunho”, argumenta o documento.
A comissão ainda defendeu que não é “possível investigar os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 a partir de uma visão excessivamente restrita, que apenas se preocupa com os atos antidemocráticos em si, e não com o contexto mais amplo que os motivou e que permitiu que eles ocorressem”.
A defesa de Vasques acionou a Suprema Corte para suspender a medida na última sexta-feira (14). Em despacho, Barroso citou a alegação da defesa de que “os atos impugnados violam os seus direitos à imagem e à privacidade, tutelados pela Constituição Federal”. O ministro afirmou que Vasques “foi ouvido pela CPMI na condição de testemunha, e não de investigado, tendo prestado regularmente todas as informações solicitadas”.
O ex-diretor-geral da PRF foi ouvido pela CPI em 20 de junho. Indicado ao posto por Jair Bolsonaro (PL), ele negou que tenha usado o cargo em benefício do então chefe e refutou manter qualquer relação pessoal com o ex-presidente.