O partido Vox, de extrema direita da Espanha, continua em ascensão para as eleições gerais deste domingo (23) e pretende usar sua crescente influência para reverter décadas de progresso nos direitos das mulheres, como proibir o acesso ao aborto, revogar a legislação sobre violência de gênero e fechar o Ministério da Igualdade.
Segundo as pesquisas de opinião do país, o partido pode se tornar um líder político e membro do próximo governo de coalizão do país após a votação.
Ativistas feministas estão preocupadas com a possibilidade do retrocesso para uma época em que as mulheres espanholas tinham direitos muito limitados.
Seguindo uma tendência que está ganhando força em toda a Europa, a Espanha deve pender para a direita no domingo, após vários anos de governo de esquerda.
Uma média das pesquisas de opinião compiladas pela Reuters, no último dia 17, prevê que o conservador Partido Popular (PP) conquistará cerca de 140 das 350 cadeiras na legislatura e precisará formar uma coalizão para governar. Caso se junte com o Vox, que deve receber 36 assentos, daria a uma coalizão de direita uma pequena maioria funcional.
Entrar em coalizão com o Vox seria controverso para o PP nominalmente de centro-direita. No entanto, o partido já fechou acordos para governar com o apoio do Vox em administrações regionais nos últimos anos, apesar das críticas de que contribui para legitimar políticas de extrema direita.
O Vox foi fundado em 2013 e se popularizou rapidamente. Em 2018, tornou-se o primeiro partido de extrema-direita a conquistar assentos em um governo regional desde a morte do ditador Francisco Franco em 1975. Tornou-se, em 2019, o terceiro maior partido no Congresso Nacional.
As pesquisas indicam que o partido deve ganhar menos assentos nesta votação, mas se a coalizão governista for firmada, marcaria uma nova etapa na ascensão do Vox.