Parlamentares bolsonaristas estão ansiosos com uma possível virada positiva nas cortes superiores para o ex-presidente contra seu principal algoz, Alexandre Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com pesquisas de opinião e gestos de ministros dos dois tribunais, conforme apurado pela jornalista do Globo Vera Magalhães, políticos de extrema-direita acreditam que Moraes tenha perdido parte do apoio conquistado após as condenações dos golpistas do 8 de janeiro.
Para os aliados de Bolsonaro, a estratégia de “vitimização” manifestada em seus atos na Avenida Paulista e em Copacabana, além da briga do ministro com o bilionário Elon Musk, anunciando restrições à “liberdade de expressão” do Brasil nas redes sociais, atraíram Moraes e o STF para um embate público.
Em um mês, ele deixa não apenas a presidência do TSE, mas o próprio tribunal. A mudança é vista por bolsonaristas como mais uma oportunidade de abrir caminho para a absolvição do ex-presidente em vários processos.
Na Justiça Eleitoral, Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030, enquanto no Supremo Tribunal Federal (STF), diversos inquéritos estão em andamento e podem resultar em mais condenações.
A mudança de comando no TSE não poderia ser mais benéfica para o ex-presidente, segundo seus aliados. O lugar de Moraes será ocupado pelo ministro André Mendonça, colocado no Supremo pelo próprio Bolsonaro. Cármen Lúcia, também do STF, vai assumir a presidência da corte eleitoral no próximo mês.
Embora os parlamentares não acreditem que a troca de cadeiras possa reverter a inelegibilidade, a pressão visa fazer a corte recuar de sua disposição em permitir que Moraes conduza os inquéritos contra Bolsonaro, e principalmente, a tendência de condená-lo em múltiplas ações.