Michael Moore admite que seu documentário sobre o massacre de Columbine não teve efeito nenhum
Envio mentalmente aplausos de pé para Michael Moore, o cineasta ativista americano. E estendo um abraço solidário.
Fiquei tocado com uma entrevista que ele deu na estreia de um filme. Toda a impotência do artista se manifestou ali, diante das câmaras e do microfone.
“Faz 10 anos que lancei Columbine”, disse ele, em referência ao já clássico documentário de uma chacina numa escola americana. “Nunca imaginei que, passado todo esse tempo, tivesse que admitir que meu filme não ajudou em nada.”
Pregar no vazio é extremamente frustrante, descobriu Moore.
O que ele descobriu com o correr dos longos dias não é exatamente animador, conforme se viu na entrevista.
Ouçamos o pobre Moore.
“Somos um povo violento. Nossos líderes são violentos. Temos que admitir isso. Achamos que tudo bem entrar num país e matar gente. Temos que fazer um exame interior. Nosso governo faz isso sempre e dá um exemplo para o povo. Por que tanta surpresa quando um cidadão pega uma arma em nosso país e decide que hoje é dia de matar pessoas? Sem um exame interior, sem uma autocrítica profunda, nada vai mudar. Temos que reconhecer que somos violentos e matamos gente.”
Alguma chance de que isso aconteça?
Quase que simultaneamente ao desabafo de Moore, o novo diretor da CIA afirmava que, graças à “precisão extraordinária”, não havia mais vítimas colaterais nos bombardeios feitos no Paquistão com os aviões não tripulados, os infames drones.
Isso porque o governo americano considera alvo legítimo qualquer homem em idade militar. Recentemente, um garoto paquistanês de 16 anos aderiu a um grupo formado para protestar contra os drones. Um primo seu fora morto, e ele estava inconformado.
Num encontro, ele aprendeu a usar uma câmara para registrar o terror causado na população paquistanesa quando aparecem os drones nos céus.
Três dias depois, ele estava morto. Uma bomba matou a ele e um primo quando andavam de moto.
Viva a América, terra da liberdade e da justiça.