Enquanto aguarda a decisão da Executiva nacional sobre sua permanência ou não no partido, Tabata Amaral vai convivendo com as críticas internas da militância orgânica do PDT de São Paulo, onde ganhou o apelido de ‘Guaidó de saia’ em razão de seu voto a favor do fim da aposentadoria e por usar a estrutura de uma militância de esquerda para fazer o jogo da elite conservadora.
Tabata é tida como contra revolucionária pelos históricos do PDT.
Em palestra aos militantes na noite desta segunda, 19, na sede do diretório estadual, Manoel Dias, ministro do Trabalho de Dilma, disse que a deputada não traiu. “Ela apenas está pagando a conta da sua campanha, bancada por grandes financistas”.
No partido, Tabata tem bastante influência do segmento da Educação, a partir da mobilização jovens da Zona Sul paulistana, em sua maioria evangélicos e empreendedores de pequenos negócios.
O eleitor da Tabata, conforme militantes do partido, é o jovem que busca sucesso na vida pessoal. De origem humilde, busca rápida ascensão no mercado de trabalho e no comércio local.
Individualista, é pouco questionador das desigualdades sociais.
A tolerância com Tabata está abaixo da linha do aceitável.
A conversa no partido é que ela surgiu pelas mãos de Ciro Gomes que, mesmo sem conhecer o perfil dos filiados em São Paulo, achou que estaria apostando na renovação.
A chance dela sair e migrar para o PSDB de João Doria é real.
Mas analistas dizem que não terá e mesma capilaridade entre os tucanos, por causa do perfil dos militantes do PSDB: jovens da classe média alta, com autonomia e projeto partidário de voo próprio.
Segundo os pedetistas, se houvesse uma caricatura para a deputada seria uma “poltrona arriada num cinema decadente chamado novo PSDB”.