A cara do fascismo real e virtual. Por Moisés Mendes

Atualizado em 9 de agosto de 2020 às 13:54
Ódio (The Hater), de Jan Komasa. Foto: Divulgação

Publicado originalmente no blog do autor

Como a arte dará conta do fascismo do século 21 que agora se mistura à pandemia? Daqui a pouco ficaremos sabendo.

O Brasil já é desafiado a produzir um filme com a força de Rede de Ódio (The Hater), de Jan Komasa.

Está pronto há mais de ano, mas parece ter sido feito ontem.
É sobre o ambiente do bolsonarismo polonês, a partir de um personagem que pode ser transportado para o Brasil.

Tem ódio, ressentimento, recalque, fake news, xenofobia, racismo, banditismo e violência virtual e real.

A direita polonesa, cada vez mais com feições de extrema direita, está há cinco anos no poder, e Andrzej Duda, o Bolsonaro polaco, foi reeleito presidente em julho para mais cinco anos.

Não chegamos ainda ao estágio deles, mas, se deixarem, os garotos de Bolsonaro e seus amigos podem chegar lá.

Rede de Ódio é um filme assustador sobre a incapacidade da democracia de conter o avanço do fascismo, porque os fascistas descobriram que podem ser eleitos. Se não forem, eles dão um jeito.

Maciej Musiałowski, que faz o bandido (foto), é o Joaquin Phoenix polonês. Está na Netflix.