Publicado originalmente no Brasil de Fato
Militante por direitos básicos como moradia e saneamento nas favelas cariocas desde os anos 1960, Benedita da Silva, de 78 anos, entrou para a vida pública no início dos anos 1980, como vereadora na Câmara Municipal. Comandou políticas de assistência social e direitos humanos tanto em secretarias locais quanto em um ministério no governo Lula.
Em mandatos eletivos, foi vice-governadora, governadora do estado do Rio entre 2002 e 2003, senadora e duas vezes deputada. Na Câmara dos Deputados, exerce mais um mandato. Candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), partido ao qual é filiada desde 1982, Benedita afirma que o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), fechou os olhos para a cidade.
Em pesquisa recente do Ibope, 57% dos eleitores entrevistados disseram que deixariam a cidade. No levantamento, Crivella ainda aparece com menos da metade da preferência (12%) em relação ao primeiro colocado, Eduardo Paes (Dem), que tem 27%. A deputada estadual Martha Rocha (PDT) e Benedita também disputam vaga em eventual segundo turno de eleição, com 8% e 7% respectivamente.
Nesta etapa das campanhas eleitorais, o Brasil de Fato está inaugurando uma série de entrevistas com os candidatos mais bem colocados nas últimas pesquisas. Benedita foi a primeira a responder às perguntas.
“Nossa cidade é nossa base, nosso alicerce, vamos trabalhar com o objetivo de combater a miséria, a desigualdade, o racismo, trazer a paz e os encontros, porque o Rio é a cidade dos encontros. As pessoas gostam de ver essa paisagem maravilhosa que Deus nos deu, mas o povo carioca, que é muito hospitaleiro, também merece uma gestora que conhece, teve os percalços dessa vida e soube resolver problemas coletivos para muitas pessoas”, argumenta a candidata.
A deputada petista ainda garante que, se eleita, vai trabalhar para combater a desigualdade, o desemprego e a violência na cidade não só por sua história de vida, mas também pelas lutas que vem travando nas últimas décadas.
Benedita promete também que vai olhar para a saúde pública e o saneamento básico e pretende terminar as obras de mobilidade urbana do BRT na Avenida Brasil, porque ali é, segundo ela, “o coração da cidade”, com muitos bairros e comunidades, mas que foi esquecida pela atual gestão.
“Como pode o prefeito não olhar para o coração da cidade? A Avenida Brasil tem a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é possível criar ali polos farmacêuticos, por exemplo. Não dá mais para ter sofrimento e degradação, chega da decadência e da preguiça do Crivella, que provocou um grande trauma na cidade”, conclui Benedita.
Confira a entrevista completa:
Brasil de Fato: Você se lança em candidatura à prefeitura enquanto temos um governo federal de linha neoliberal e fundamentalista e um governo estadual investigado por corrupção em meio a um processo de impeachment. Como uma nova gestão da prefeitura pode ter autonomia para barrar retrocessos diante desse cenário?
Benedita da Silva: Com coragem para ser a primeira prefeita da história do Rio de Janeiro. É preciso inverter essa lógica das políticas públicas e da gestão.
Até agora, só tivemos prefeitos, todos ‘bem nascidos’ e que não olharam o potencial de riqueza que vai da Zona Sul às Zonas Norte e Oeste, de Realengo a Santa Cruz.
São prefeitos que sempre pensaram nas áreas mais nobres para fazer grandes obras, e não para levar saúde ou educação públicas de qualidade, além de condições mínimas para o povo trabalhar e gerar riqueza para o Rio.
Vamos governar para todos, principalmente para quem está massacrado por essa política de acertos aqui e grandes obras acolá, pelo mais do mesmo. Minha motivação é cuidar dos recursos para fazer as transformações que a cidade está precisando e minha eleição é uma afirmação do povo que não está feliz com esse retrocesso político pelo qual o país está passando.
É o apoio popular que vai me dar força para mostrar que existe outro caminho, outra forma de governar, de combater o mal que é a desigualdade. A desigualdade é a mãe da violência e das oportunidades perdidas. Minha eleição é a força da consciência disso.
Em setembro, a então pré-candidata do PCdoB, deputada Enfermeira Rejane, passou a integrar sua chapa. A aliança com PCdoB e PT, já tradicional no cenário das últimas eleições, representa o máximo de união que foi possível entre a esquerda no Rio?
O Partido dos Trabalhadores sempre esteve disposto a se unir a forças democráticas e barrar o avanço dessa direita que tem mostrado suas garras horríveis no governo federal, estadual e também no municipal. Mas nem sempre as coisas saem como a gente gostaria.
“Depois de tantas coisas que já fiz, eu não tinha essa intenção, mas aceitei o desafio”.
E se aceitei, é para lutar, é para fazer valer o apoio do PCdoB nesse momento tão importante, com outra mulher negra que sabe do que o povo está precisando. Eu e a deputada Enfermeira Rejane defendemos a saúde pública, também sou auxiliar de enfermagem, sou assistente social e temos trabalhado mandatos próximos do interesse da população do Rio de Janeiro.
O que seria de nós sem a garra dos enfermeiros nessa pandemia, com mais de 11 mil vidas perdidas só no Rio agravadas pelo sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS)? Enfermeira Rejane na nossa prefeitura é garantia de acabar com essa bagunça que o [Marcelo] Crivella (atual prefeito da cidade) fez com os hospitais, com as clínicas da família e com os profissionais de saúde da nossa cidade.
O Rio é o segundo estado do país em número de mortes pela covid-19 e o terceiro em número de casos. A cidade do Rio concentra a maior parte dos casos e mortes do estado. Como a saúde do município poderia ser melhor manejada para tratar a pandemia? Como pretende minimizar os impactos dessa crise no serviço de saúde prestado à população?
Como eu já disse, é preciso ter coragem para desfazer esse caminho de desmonte da saúde, até porque a redução do quadro de servidores para contratar organizações sociais (OSs), entre outras medidas, não vem do nada. Ninguém está ganhando com isso?
Fui vereadora, deputada, senadora, secretária de estado, ministra, vice-governadora e governadora, sei o que existe por detrás de algumas dessas decisões de reduzir o Estado para passar dinheiro para grupos privados. O gestor público precisa resistir, pensar no povo, separar interesses públicos de particulares para ver as coisas acontecerem. Pressão todo mundo sofre, elas são grandes.
“Posso garantir que tenho coragem para desfazer esse caminho que estamos vendo e contrariar interesses privados.”
O mundo inteiro olha para o Rio de Janeiro e não entende o que está acontecendo aqui, como pode existir gente nesse mundo desviando recursos que seriam para comprar remédios, máscaras em uma pandemia.
É preciso um pente finíssimo! A outra medida a se tomar é conseguir verbas e empréstimos a fundos perdidos, porque dinheiro tem em muito lugar, só depende de bons projetos. Um prefeito ruim não vai conseguir fazer nada, só se resolve o problema com um bom gestor que consiga atrair recursos.
A pandemia tem impacto sobre diversas áreas, uma das principais impactadas é a Educação. O município é responsável por assegurar a Educação Infantil e o Ensino Fundamental para a população. Diante da dificuldade de acesso à internet, muitos alunos e alunas da rede pública municipal não estão conseguindo manter a rotina de estudo e estão sendo prejudicados. De que maneira pretende enfrentar o aumento da desigualdade educacional na rede pública?
A lógica racista e de desigualdade social que vivemos em nosso país se reflete também na educação. Não é discurso fantasioso, basta pegar as estatísticas para mostrar qual é a cara da miséria e do desemprego no Brasil. Quando você olha para a Zona Sul da cidade e depois para a Zona Norte percebe o que estou falando.
Justiça seja feita, Crivella mudou isso um pouco, ele destruiu não só as ruas da Zona Oeste e da Zona Norte, mas as do Centro e da Zona Sul também, ele acabou com toda a cidade. O que acontece com a educação é a mesma coisa.
“Quando falamos em pegar dinheiro público para investir em educação, a elite dá cambalhotas de raiva.”
Basta lembrar dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), do [governador Leonel] Brizola (PDT), queriam matar ele. As críticas não eram pelos defeitos do projeto, era pelo preconceito da elite de ver que crianças pobres teriam escola em tempo integral, como se aquilo não fosse direito dessas crianças.
Lula também governou para todos e a elite não suportou pobres andando de avião e entrando nas universidades. Deram um jeito de acabar com tudo isso, com [Michel] Golpista (MDB) e [Jair] Bolsonaro (sem partido) o caminho é outro e agora assistimos ao que está acontecendo nas nossas cidades.
Não moramos no estado ou na União, moramos nas cidades e sentimos os reflexos. Não vamos nos perder no objetivo central da prefeitura do Rio: governar para quem precisa de governo.
O Mapa da Desigualdade 2020 (com dados compilados antes da pandemia) mostra que na capital brancos recebem 41,9% a mais que negros na remuneração salarial média no emprego formal. Nesse aspecto, é a cidade mais desigual em toda a região metropolitana. Como o próximo prefeito pode resolver o problema do desemprego sem deixar de ter no horizonte essas desigualdades em uma população que convive na mesma cidade?
De jeito nenhum vamos deixar de ter essas desigualdades no horizonte. E não é só porque sou preta e nasci na favela, é também pela minha vida, o que tenho visto em toda minha trajetória política.
“Combate à desigualdade é combate ao racismo, é isso o que a extrema direita se recusa a admitir.”
Salários melhores e altos cargos para não-negros, quem fecha os olhos para essa questão é conivente com essa tragédia. Meus olhos estão abertos a isso. Temos que fazer programas de renda mínima e de promoção de direitos para a população negra. Não se fecha os olhos para a própria história e minha eleição vai sacudir essas políticas negacionistas.
Estamos diante de uma direita que nega o óbvio, não admite política de cotas como ações compensatórias. Serei eleita para ter uma cidade antirracista, com negros, brancos, indígenas, porque a cor da pele não pode definir as condições sociais de ninguém.
A questão habitacional é outro problema grave no Rio. Um levantamento realizado pela Defensoria Pública do Estado (DP-RJ) no ano passado apontava que a capital possuía 15 mil pessoas em situação de rua. Com a crise social e econômica que enfrentamos hoje, a tendência é que haja um aumento da população em situação de rua e da moradia precária. Caso seja eleita, que política habitacional pretende colocar em prática para enfrentar a situação?
A questão habitacional mexe com muitas outras, temos que falar primeiro de quem está habitando as ruas da cidade. Os cortes de gastos públicos feitos por Golpista e Bolsonaro empobreceram muito a população brasileira.
No Rio de Janeiro, há famílias inteiras sem ter onde morar, não existe nada mais triste que isso, só quem perdeu casa em chuva, com o barraco caindo, é que pode compreender essa situação.
Como aconteceu em um tempo da minha vida de ficar sem casa, na rua não são pessoas sem profissão, muitos tinham emprego e agora estão lá. Ficam sem emprego, não pagam aluguel, perdem a casa e vão para baixo de um viaduto ou pegam uma ocupação para depois ainda vir o poder público tirar.
Quem defende esse Estado ausente? É uma tragédia olhar isso como um troféu, um sinal de vitória do neoliberalismo. A pobreza é a lógica do sistema capitalista, mas a miséria é o pior. Como cantava Cazuza, “meus inimigos estão no poder”.
Temos o projeto “Prato Feito Carioca”, que quer distribuir vales para refeição e ainda movimentar estabelecimentos como restaurantes. Temos que reformar e equipar prédios abandonados pela cidade para colocar essas pessoas até que se arrume um local. A prefeitura precisa ter dinheiro para isso, quem pode deixar uma pessoa na rua e sem ter o que comer?
E, como eu disse, essa questão mobiliza tantas outras. Vamos estimular a construção civil, a atividade econômica nas áreas da cidade onde estão concentradas mais pessoas, unir os lados da cidade para tornar os lugares mais habitáveis, com emprego, empreendimentos.
Estou falando também da Avenida Brasil e as centenas de bairros e comunidades ao longo dela. Crivella deixou para lá a construção do BRT na via, mas nós vamos terminar essa obra e concentrar esforços de desenvolvimento e geração de emprego e renda, reabrir comércios que foram fechados, construir moradias populares, porque a Avenida Brasil é o coração da cidade, é onde vive a maioria dos cariocas.
Como pode o prefeito não olhar para o coração da cidade? A Avenida Brasil tem a Fiocruz, a UFRJ, é possível criar ali polos farmacêuticos, por exemplo. Não dá mais para ter sofrimento e degradação, chega da decadência e da preguiça do Crivella, que provocou um grande trauma na cidade.
Ainda entre os impactos da pandemia, temos o fechamento de postos de trabalho e a tendência de crescimento da informalidade no município. Muitos ambulantes atualmente sofrem com a repressão da Guarda Municipal e a apreensão de mercadorias. Na condição de prefeita, como vai atuar para manter a ordem pública e atender o interesse dos trabalhadores informais?
O papel da Guarda Municipal no meu governo não vai ser o de correr atrás de trabalhadores que ficam debaixo de sol e de chuva lutando para levar comida para casa. Não sou uma pessoa desumana. É preciso olhar para as pessoas com carinho e com respeito.
Vemos pessoas idosas, senhoras, crianças tentando levar o pão para casa. É organizar esse comércio, ocupar essa mão de obra, alguns nem têm como voltar para casa. O inchaço da rua com camelôs é resultado da política desumana de cortes de gastos sociais, a violência nasce e cresce também da falta de visão, de futuro.
Entendo a necessidade de cuidar melhor das ruas organizando, evitando que no meio dos ambulantes haja gente explorando a mão de obra e vendendo produto contrabandeado. Não vamos retirar a fiscalização, mas queremos fazer isso estudando exemplos de outros lugares que encontraram soluções criativas.
É mais inteligente do que usar a força bruta para bater no trabalhador e retirar a mercadoria. A Guarda tem papel relevante, ela é guardiã da cidade, ela informa, esclarece, faz abordagem inteligente, tem que ser qualificada inteligentemente, saber abordar uma senhora, um jovem, um negro, uma pessoa com necessidades especiais, estar na porta das escolas, nas nossas ruas, praças, terminais de ônibus, ajudar mulheres – e por isso quero criar um corpo de Guardas de mulheres.
O Rio é uma das cidades mais antigas do Brasil e cartão postal do país, mas o percentual de casas com tratamento de esgoto é de 63%. Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), há 437 estações de tratamento na região metropolitana do Rio, mas 134 estão inoperantes. Para quase 3% da população da capital, a água não chega. Esse cenário se completa com episódios recentes da crise da água, no início deste ano, e a proposta de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Como coordenar essas questões e tentar diminuir a desigualdade de acesso ao saneamento e à água na cidade?
Meu partido é contra a privatização da Cedae porque entendemos que se temos uma situação de dificuldade, imagina a situação das favelas
E não podemos negociar contrato ou fazer concessão em que a Cedae deixe de cumprir por algum acordo de gaveta o objetivo pelo qual os serviços são contratados. Os prefeitos não conseguiram fazer isso. Essa questão de esgoto sem tratamento é um ponto muito fraco para a cidade. Não é por ser menos pobre que só meu vizinho tem direito de ter lixo recolhido na porta de casa.
Outro ponto: a gente vai às praias no Rio, todas maravilhosas, e elas estão sujas, poluídas. Já pensou a Baia de Guanabara sendo usada para turismo aquático? Muitos países adorariam ter o que nós temos, essa orla, essa baía. As entidades que defendem o turismo têm que ter isso como bandeira.
E os projetos de governo precisam acabar com esse abismo entre pessoas, estamos falando de gente, já vimos que governar para uma minoria privilegiada não é boa ideia, nem mesmo para essa minoria. Essa minoria tem nas suas fábricas, suas empresas o trabalhador sem a mesma proteção que elas.
A cidade do Rio é considerada um dos principais polos turísticos do país. O Carnaval e o Réveillon geram uma receita ligada ao comércio, serviços e hotelaria de cerca de R$ 9 bilhões para o município. O próximo prefeito terá o desafio de assumir a capital sem a arrecadação robusta do setor do turismo devido a pandemia. Caso eleita, quais iniciativas colocará em prática para reaquecer o setor, levando em conta que 2021 o Brasil ainda precisará lidar com a pandemia da covid-19?
A pandemia é um desafio para todas as cidades do mundo, mas o Rio deveria ter se preparado mais efetivamente para enfrentá-la. O prefeito só pensou em reeleição, em continuar no poder. Não fez nada para proteger a cadeia de empregos no turismo, nos hotéis, no comércio, a cultura que sofreu, cinemas, shows, lonas culturais.
O Rio é o maior centro cultural histórico do país, o Brasil inteiro gosta do Rio e mesmo assim não pensamos no turismo nacional, apenas no turismo internacional que foi atingido na pandemia. Não pensamos em preparar a cidade para o paulista, para o mineiro, para o baiano, o cearense. Quanta gente fica desempregada quando a cidade não está preparada para receber os turistas internos?
Temos que ter planejamento para manter empregos na baixa temporada, construir um calendário da cidade para ela se manter viva, em movimento. São Paulo teve uma queda muito menor em turismo porque não vive só de turismo estrangeiro.
Por ali passou a maior parte dos escravos que vieram da África. Vem o prefeito, sem a menor capacidade histórica, que já investiu na África como empresário, e deixa tudo ao relento. Fala sério! Isso precisa ser diferente, o Rio é a cidade mais bonita do mundo e não pode ter o pior prefeito do mundo.
Nos últimos anos, alguns especialistas têm apontado que o Brasil passa por um processo de ativismo judicial, em que ocorre uma interferência maior do judiciário na política. Nas últimas semanas observou-se operações que tiveram como alvo pré-candidatos à Prefeitura do Rio. Na sua avaliação, há um excesso por parte do judiciário?
O Brasil passa por um ativismo judicial grande, tudo isso é muito prejudicial. Devemos analisar caso a caso para não cometer injustiça com o Judiciário nem com as pessoas acusadas sem provas. O país sofreu muito com a forma como a Operação Lava Jato foi conduzida, com aquela avalanche de suposições e “power points” servindo como provas, teorias da denúncia vazia, além de alimentar uma demagogia da extrema direita, com aqueles excessos que destruíram uma parte importante da indústria brasileira.
Toda a indústria do petróleo sofreu, isso gerou desemprego generalizado e prejudicou muito o Rio de Janeiro, que vinha em ascensão econômica. Houve investimentos, royalties ajudam, mas a cidade estava mais viva antes, com mais emprego, e nós vimos esse Rio de Janeiro indo embora, empresas gigantes foram destruídas por aquela loucura de não deixar pedra sobre pedra diante de uma suspeição, com o fim de entregar tudo ao capital internacional.
E eu quero estar na cidade do Rio de Janeiro colocando mais um tijolinho na construção desse país. Nossa cidade é nossa base, nosso alicerce, vamos trabalhar com o objetivo de combater a miséria, a desigualdade, o racismo, trazer a paz e os encontros, porque o Rio é a cidade dos encontros.
As pessoas gostam de ver essa paisagem maravilhosa que Deus nos deu, mas o povo carioca, que é muito hospitaleiro, também merece uma gestora que conhece, teve os percalços dessa vida e soube resolver problemas coletivos para muitas pessoas.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse