Bolsonaro matou Regina Duarte — com anuência da própria, evidentemente.
A ex-atriz tentou de tudo para agradar o chefe.
Puxou-lhe o saco na campanha, fez discurso sobre o pum do palhaço, demitiu, readmitiu e mandou embora de novo funcionários.
Deu uma entrevista psicótica à CNN em que zombou de artistas mortos, elogiou a tortura, relativizou o coronavírus.
Tudo isso para quê?
Para ser defenestrada pelo tiozão fascista que abraçou.
“Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias”, afirmou o sujeito nas redes.
Não tem trabalho nenhum. Foram três meses de fiasco.
No filme “Mephisto”, clássico de István Szabó, um ator cai nas graças dos nazistas, vende a alma para o mal e passa a trabalhar para Hitler.
Numa cena ele (o grande Klaus Maria Brandauer) vai a Paris como porta-voz dos assuntos culturais do regime e encontra Juliette, sua ex, que lhe pede para desertar e junta-se à resistência.
Ele dá um sorriso e responde: “O que eu poderia fazer aqui? Liberdade? Para quê?” Em seguida entra no túnel do metrô.
Regina entrou no mesmo túnel para nunca mais voltar.
Do pum veio, ao pum voltará.