Demorou, mas o surto veio de novo: sempre fiel à sua obsessão pelos temas crianças e pedofilia, a agora senadora eleita (ah, Brasil) e bolsonarista Damares Alves participou neste domingo (9/10) de um evento promovido na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia.
A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que o governo Bolsonaro teria resgatado crianças vítimas de tráfico humano na Ilha de Marajó, no Pará, onde “crianças tinham dentes arrancados para não morderem no sexo oral.”
“Nós temos imagens de crianças de 4 anos, 3 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral. (…) Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal”, afirmou a parlamentar e pastora evangélica, sem apresentar as imagens citadas.
As coisas ditas por Damares são, honestamente, indigestas. É difícil conceber de onde ela tira tais absurdos e o que afinal se passa na cabeça e no espírito – já que ela mesma disse, no mesmo evento, que a guerra bolsonarista é uma guerra espiritual – de alguém que concebe histórias descabidas e tão sinistras quanto estas.
É difícil, sinceramente, acordar pela manhã e se deparar com absurdos tão notadamente sombrios. Deve ter sido de fato uma infância terrível e lotada de traumas a desta mulher que hoje brada insanidades em nome de Deus.
Sim, porque a história não foi confirmada; o tal crime não foi punido, tampouco provado, e as imagens não foram divulgadas. As únicas fontes da terrível história das crianças sequestradas e com dentes arrancados são as vozes da cabeça de Damares Alves, como sempre foi.
Uma pena que tenha se calado o mártir da liberdade de imprensa no deturpado conceito bolsonarista, Oswaldo Eustáquio, sem dúvida um dos maiores produtores de fake news do governo Bolsonaro. Como se diz no nordeste: ele é que daria o dela.
O jornalista, que declarou guerra à ministra após se tornar alvo do STF na guerra contra as fake news, atacou-a com diversas acusações, incluindo um relacionamento entre a ministra e um homem casado, que não foi comprovado.
O que pensaria da nova abobrinha depois de Jesus na goiabeira?
Eu diria que as loucuras de Damares têm ficado cada vez mais sinistras e, seguindo a agenda de morte do governo Bolsonaro, sombrias.
Que a intervenção psiquiátrica – ou quem sabe a intervenção espiritual – livre-a de si mesma.