Há um abismo moral separando Hebert Conceição e Maurício Souza, sua relação com a vitória e a derrota e o país em que vivem.
Após perder a disputa pela medalha de bronze no vôlei masculino para a Argentina, o central da seleção brasileira compartilhou um vídeo de apoio de Jair Bolsonaro.
“Olá, Maurício. Olá, equipe olímpica de vôlei do Brasil. Realmente o vôlei nos orgulha há muito tempo. Estou torcendo por essa medalha de bronze, que pra nós vale como se fosse de ouro, porque reconhecemos o trabalho de todos vocês. Não é fácil treinar e a responsabilidade é muito grande, o nível mundial é enorme. Acreditamos em vocês. Nós te amamos! Valeu, Maurício. Valeu, equipe!”, disse o sujeito.
Maurício deu uma resposta imbecil.
“Obrigado presidente pela torcida! Infelizmente não conseguimos o resultado, vamos continuar sempre lutando pela nossa nação! Grande abraço capitão”, escreveu no Instagram.
É a primeira vez, desde os anos 2000, que o time termina os Jogos Olímpicos sem medalha.
O grupo mais identificado com o bolsonarismo é também o mais desprezado (com exceção de Douglas). Maurício e cia. são a versão com bola na mão dos meninos de Neymar.
As palavras de Maurício mostram que ele não entendeu nada do que ocorre no país. Nada. É um idiota com uma certa habilidade específica, como Ciro Gomes.
Compare com Hebert Conceição, ouro no boxe na categoria até 75kg. Depois de perder os dois primeiros rounds, encaixou um cruzado de esquerda espetacular no ucraniano Oleksandr Khyzhniak. Nocaute.
Na entrevista após o embate, deu um show de carisma ao agradecer a quem de fato o ajudou, sem tocar no nome de um genocida que, fora tudo, retirou o investimento oficial no esporte.
Lembrou das famílias que sofreram e ainda sofrem com a covid=19.
“Dedicar a medalha pra todos os brasileiros! A pandemia atingiu e devastou muitas famílias. Muitos perderam emprego, entes queridos. Espero ter proporcionado um pouco de felicidade e um breve sorriso. Que esse momento passe logo!”, falou.
“Bora Bahia, minha p***!”
O Brasil é de Hebert, Rebeca, Isaquias, o Brasil é nordestino, mulato, caboclo – nosso. Maurício e Bolsonaro têm em comum a derrocada. Que desapareçam de mãos dadas, um puxando o saco do outro, dois palhaços de uma motociata engolidos pela poeira da história.
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