Não bastasse um, ontem tivemos dois panelaços: o primeiro como expressão já habitual de descontentamento com o presidente, e, mais tarde, um panelaço da vitória pela eliminação histórica de Felipe Prior, o agora ex-bbb abraçado pelo bolsonarismo.
“Acabou, Bolsonaro”, e o Brasil diz isso do jeito que dá: batendo panela e votando no BBB.
Prior é a cara do bolsonarismo: burro, playboy, machista, racista e limitado.
Alguém que desrespeita tanto as mulheres que não poupa sequer a própria mãe – o apresentador Thiago Leifertf fez o favor de lembrá-lo que não devemos gritar com quem nos colocou no mundo – e se tornou, junto com seus parceiros de misoginia (já eliminados, um a um), símbolo do anti-feminismo numa casa agora dominada por mulheres.
Na última eliminação, enfrentou Mari e Manu Gavassi, uma cantora sem sal e sem carisma que – desculpas aos fãs – não teria derrotado ninguém acaso o paredão Manu X Prior não fosse uma representação da polarização vigente no país (da qual, por ora, as feministas é que saíram vencedoras).
Não era um homem enfrentando uma mulher, nem mesmo um bolsominion enfrentando uma feminista. Era – dentro e fora da casa – uma queda de braço entre a sensatez e a barbárie.
Do lado da sensatez, internautas progressistas por todo o Brasil se uniram para eliminar Prior. Do lado da barbárie estava Eduardo Bolsonaro, que declarou apoio ao minion no Twitter – mesmo jurando de pé junto que não via o BBB: ““Tem uma militante de esquerda concorrendo com um cara que é politicamente incorreto e ganhou apoio de quem odeia mimimi, muitos jogadores de futebol, por exemplo. Então, BOA SORTE PRIOR”, escreveu.
E disse o Jesus Bolsonarista: “onde houver dois ou mais militantes de esquerda unidos em nome do mimimi e contra os jogadores de futebol, lá estarei”
O filho zero três – confiante em seu talento pra influencer de reality show – caiu do cavalo tão rápido quanto o pai caindo nas pesquisas de popularidade: a sensatez venceu e Prior foi eliminado com 56% dos votos.
Votar no BBB definitivamente não é uma forma de lutar contra o machismo, mas reflete uma vitória sem precedentes na história do programa: não é a vitória do mimimi sobre o politicamente incorreto, como tentou colocar Eduardo: é a vitória das mulheres sobre os misóginos, da militante de esquerda sobre o agressor de mães, da coragem sobre o medo.
Então, BOA SORTE DUDU BOLSONARO.