A descoberta do fascismo de costumes. Por Moisés Mendes

Atualizado em 19 de março de 2023 às 17:08
Bolsonaristas em manifestação
Bolsonaristas em manifestação – Foto: Agência Brasil

Por Moisés Mendes

Quem descobre é descobridor. A Folha descobriu, na primeira reportagem da série sobre o futuro do bolsonarismo, que o foco da extrema direita é agora o que sempre chamaram genericamente de pauta de costumes.

É uma descoberta atrasada. A guerra contra LGBTQI+, em nome do que eles chamam de família tradicional, está apenas sendo reforçada e ganhando prioridade.

Porque a conversa do combate à corrupção não funciona mais com rachadinhas, lavagem de dinheiro com imóveis, cartões corporativos e presentes das arábias para Michelle.

A pauta do falso moralismo é a dos machos inseguros contra todas as que os ameaçam. A mulher que não for ajudadora também é inimiga.

O macho é instigado pelo bolsonarismo a atacar. Não pode ser apenas um incomodado, deve ser ostensivamente um inimigo de pessoas LGBTQI+.

Mas essa prioridade do bolsonarismo só é nova para a Folha. O fascismo está dentro das casas como nunca esteve, mesmo com tornozeleira.

O sujeito que tem um Corsa e dois cachorros teme o comunismo e tem medo também de gays, trans, lésbicas e todas as diferenças que ameaçarem sua paz de hétero com Deus acima de tudo.

Esse pobre anticomunista está sendo incentivado a ser um militante da família tradicional, mas atuando não só na defesa. Ele deve ser um agressor ativo.

Enganam-se os que acham que o fascismo foi abalado. A reorganização é intensa. Quem mora no interior sabe muito bem.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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