A estratégia de Lula para manter o apoio do Centrão até 2026

Atualizado em 5 de novembro de 2024 às 12:41
Lula ao lado dos ministros Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), dos Portos e Aeroportos, e André Fufuca (PP-MA), dos Esportes. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a articular uma nova estratégia política para consolidar uma ampla aliança partidária visando à eleição de 2026. Com as sucessões da Câmara e do Senado já alinhadas, o governo pretende, segundo Lauro Jardim no jornal O Globo, conquistar apoio de partidos de centro para garantir uma base mais ampla de sustentação.

A meta é criar um palanque mais plural que facilite a governabilidade e fortaleça a posição de Lula no cenário nacional, especialmente no Senado, onde uma bancada governista robusta é essencial para a aprovação de projetos.

A base desse novo desenho político se formará durante a reforma ministerial, uma oportunidade estratégica para incluir apoios regionais ao projeto de reeleição de Lula. A proposta inclui um acordo que permite aos partidos de centro estarem ao lado de Lula em algumas regiões, sem a necessidade de alinhamento total em todas as unidades federativas.

A ideia é que essas siglas possam apoiar o presidente em estados específicos, mantendo, em alguns casos, apoio a adversários em outras regiões.

Lula cumprimenta Arthur Lira, presidente do Câmara. Foto: reprodução

As eleições municipais, que mostrou um avanço de partidos do Centrão como o PSD, o PT enxerga Lula como sua única opção para 2026. Ao completar 79 anos no domingo (27), ele se tornou o político mais longevo a ocupar a presidência do Brasil. 

Nos bastidores, petistas avaliam que uma eventual desistência de Lula seria um “tsunami” para a legenda. Ele é considerado o principal puxador de votos, especialmente entre as camadas populares, onde sua avaliação permanece positiva. Sem ele, o partido teria dificuldades em manter o mesmo alcance e apelo.

Na avaliação de especialistas, Lula é a única voz com autoridade para questionar sua própria candidatura, dada a sua influência dentro do PT.

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