A fake news do crescimento da aprovação de Tabata Amaral após o voto a favor da reforma da Previdência

Atualizado em 18 de julho de 2019 às 22:33
Tabata Amaral

O Estadão deu matéria sobre a incrível, maravilhosa, estupenda ascensão de Tabata Amaral depois de votar a favor da reforma da Previdência.

Fora da “bolha”, diz o jornal, a aprovação de Tabata dobrou: de 30% para 61%.

De acordo com o levantamento da consultoria Ideia Big Data, 30% das pessoas que conheciam Tabata Amaral em junho aprovavam sua atuação em Brasília.

O porcentual passou para 61% em julho. A pesquisa neste mês foi feita entre os dias 14 e 17 – após, portanto, a votação em 1º turno da reforma na Câmara.

Segue:

O levantamento também mostrou que a porcentagem de pessoas que dizem ser “nem favoráveis, nem desfavoráveis” ao mandato de Tabata diminuiu de 55% para 19%. Avaliações desfavoráveis passaram de 15% para 20%.

A porcentagem de pessoas que desconhecem a deputada passou de 97% para 81%. Os que dizem “conhecer bem” a parlamentar eram 1% e agora são 6%. Já quem afirma que “conhece de ouvir falar” são 13% – eram 2% em junho.

O levantamento do Ideia Big Data, como mostrou antes o blog do Lauro Jardim no jornal O Globo, ouviu 2.010 entrevistados tanto em junho quanto em julho, nas cinco regiões do País e a margem de erro apontada é de 2,15%.

Reproduzo trechos de um texto que recebi sobre essa cascata:

(1) Pessoas que desconhecem ou apenas ouviram falar dela são 81 + 13 = 94%. Conhecem bem = 6%

(2a) Dos 6% de pessoas que conhecem bem, 61% dizem que aprovam o trabalho. Ou seja, 3,66% do total aprovam o trabalho dela. Margem de erro é 2,15%. Entre 5,81 e 1,51% .

(2b) Ou 13 + 6 =19% das pessoas a conhecem de alguma forma e 61% dizem que aprovam o trabalho. 11,59% de aprovação com margem de erro 2,15%. Aprovação entre 13,74 e 9,44%.

(3) Foram feitas duas pesquisa de âmbito nacional para saber o que achavam da Tabata Amaral. Por quê? Foram analisados outros deputados federais (seria uma pesquisa ampla e cara)? Se não, por que só ela? Quanto custou essa pesquisa? Quem pagou? (…)

Conclusão:

Escolheram dois números para colocar no título da matéria de forma que transpareça a ideia de que votar a favor da reforma tenha sido algo bom para ela. Aprovação foi de 30% para 61%.

Na realidade ninguém a conhece (inclusive acho surpreendentes os 6%). Aprovação no melhor caso (2b) é insignificante. No pior caso (2a), é ridícula.

Ou seja, 3,66% do total aprovam o trabalho dela — 73 pessoas, nas contas do meu amigo Grillo.

É ou não é um fenômeno?