Ascânio Seleme, colunista do Globo, ex-diretor de redação com nome de xarope infantil, concedeu perdão ao PT.
Numa coluna que está sendo interpretada como uma espécie de bandeira branca ao partido, Ascânio diz que o “ódio dirigido ao partido não faz mais sentido”.
Atenção para o “mais”. Significa que o ódio que a emissora semeou era normal para ela.
“Esse agrupamento político, talvez o mais forte e sustentável da história partidária brasileira, tem que ser readmitido no debate nacional. Passou da hora de os petistas serem reintegrados”, prossegue.
Mas Ascânio alerta que essa indulgência tem um preço: o PT terá de superar sua “índole autoritária”.
Ele cita “a tentativa de censurar a imprensa através de um certo ‘controle externo da mídia’”. A regulação existe nos EUA, Inglaterra, Argentina.
Aqui, no entanto, é “ditadura”.
Em resumo, Seleme decreta que, se a vítima ajoelhar no milho, será readmitida no céu pelo algoz — onde nunca foi admitida, na verdade.
A Globo, que não faz sua autocrítica do golpe de 2016, estende sua generosidade para acolher os feios, sujos e malvados em seu seio, desde que tomem banho.
É medo de Bolsonaro em 2022.
Mas é mais do que isso: é falta de noção e arrogância em doses cavalares.
O candidato da Globo perdeu em 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018. As verbas publicitárias gordas dos anos petistas (7 bilhões de reais) migram para concorrentes.
Quem pode fazer frente ao fascismo? O PT.
Os Marinhos dão a mão, tapando o nariz, aos adversários históricos — só que essa escumalha terá de tomar o xarope do Ascânio.
Tudo para o PT topar fazer frente a Bolsonaro, assinar um manifesto vagabundo e ajudar a causa dos Marinhos.
Depois será massacrado, como de hábito, que é para não achar que pode comer na mesa dos patrões.