O Estadão relata que “auditoria feita no Porto Maravilha concluiu que, para a construção do Museu do Amanhã, o município realocou R$ 112,3 milhões originalmente destinados a obras de infraestrutura em uma favela, o Morro do Pinto”.
Um aditivo foi feito em abril de 2012.
A realocação de recursos, prossegue a matéria, “intrigou a nova gestão da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp)”.
O relatório foi entregue ao TCM e à Câmara Municipal. Há um projeto de CPI tramitando, cujo destino você sabe qual será.
O Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, MAR, ambos ligados à Fundação Roberto Marinho, custaram R$ 686 milhões.
De acordo com o jornal, a auditoria constatou ainda que quase três quartos do dinheiro destinado ao fomento da cultura naquela região, R$ 89,9 milhões de um total de R$ 122,7 milhões, foram investidos apenas nessas duas instituições.
A bomba, claro, está sendo jogada no colo de Eduardo Paes e Sergio Cabral. Mas é impossível tirar a Globo da jogada, em sua relação promíscua com o poder público.
No site oficial, o Museu do Amanhã se apresenta como “uma iniciativa da Prefeitura do Rio, concebido e realizado em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo”.
A gestão é do IDG, Instituto de Desenvolvimento e Gestão, que tem como diretor presidente Ricardo Piquet — ex-diretor daquela fundação.
Em agosto, houve uma exposição sobre a “evolução da televisão no Brasil”.
Nada disso vai sair no Jornal Nacional. O Estadão sequer menciona o grupo carioca.
A Globo está associada a todos os grandes e obscuros negócios nacionais, da política ao futebol.
Quando o sócio é denunciado, age como se nunca tivesse nada a ver aquilo. Até quando?
Até seus telespectadores dizerem chega.