A plutocracia brasileira não é apenas corrupta, predadora e compulsivamente golpista.
É também brutalmente hipócrita.
Um pequeno grande exemplo é o de pseudo-historiador Marco Antônio Villa. Villa foi um dos nomes recrutados pelas companhias de mídia em seu jornalismo de guerra contra o PT.
Do nada a que pertencia por mérito Villa se tornou um comentarista multimídia: rádio, tevê, jornal, internet. Sempre com uma função: agredir o PT, particularmente Lula.
Villa se tornou uma fábrica de injúrias e difamações, com sua vozinha fina como a de Moro e sua completa inconsequência em acusar sem provas.
Depois de uma eternidade, Lula fez o que deveria ter feito há muito tempo: processou Villa. Onde as provas?
Soube hoje que Villa recorreu a uma manobra jurídica para escapar de Lula. Até aí, tudo bem.
O extraordinário, pelo despudor canalha, é a argumentação de Villa na peça. Ele afirma que não teve a intenção de “enxovalhar” a imagem de Lula.
Quem acredita nisso acredita em tudo, na grande frase de Wellington.
Um juiz sensato deveria rechaçar o pleito de Villa apenas por causa daquela mentira cínica.
Qual foi sua intenção ao chamar Lula cotidianamente de barbaridades como chefe de quadrilha e réu oculto do Mensalão? Promover Lula? Melhorar sua estoestima? Elevar o nível do debate político nacional?
Villa só não destruiu Lula porque é insignificante.
É o farisaísmo o que mais incomoda em Villa e na direita. Seria mais honesto e transparente a Globo, a Veja, a Folha dizerem: “Perseguimos Lula porque ele se preocupa com os pobres e, se depender dele, nossas mamatas estão em risco.”
Esta é a verdade real.
Eduardo Cunha, por exemplo, sempre foi um conhecido larápio na política. Mas a mídia jamais se incomodou com isso, mesmo quando ele ganhou o vital posto de presidente da Câmara. Um ladrão na linha de sucessão presidencial: e daí?
Mas ele foi preservado e protegido pela imprensa porque é um fâmulo da plutocracia. Roubou para si, mas muito mais para os plutocratas.
Por isso teve vida mansa, e ainda hoje está aí livre, oferecendo churrasco numa mansão em Brasília paga pelo contribuinte que já deveria ter abandonado há muito tempo.
Com Lula é o extremo oposto.
Tipos como Villa, contratados em massa pelo jornalismo de guerra pós-2003, chacinam Lula ininterruptamente.
É uma coisa indecente, e ainda mais quando somos forçados a ouvir de fâmulos dos barões da mídia como Villa que a intenção não era “enxovalhar”.
Repito: apenas por isso, a mentira no grau máximo de empulhação, o pleito de Villa deveria ser rasgado em pedaços, em praça pública.