Lula se reuniu com empresários paulistas na Fiesp, que finalmente deixou de ser o maior antro do reacionarismo da elite brasileira.
O antro profundo está no Rio, na Associação Comercial e na Federação das Indústrias. A extrema direita mais exaltada está disseminada pelo empresariado carioca.
A Fiesp começa a ser arejada por Josué Gomes, que assumiu a federação em julho do ano passado e é filho de José Alencar, o empresário vice-presidente de Lula.
Sai o golpista Paulo Skaf e todo o entorno da direita fiespense que levou para as ruas o pato amarelo do golpe de 2016 e ajudou a criar Bolsonaro.
Os empresários não são refratários a Lula por questões ligadas à política econômica. Nunca eles ganharam tanto quanto nos 13 anos de governo petista.
Eles são na verdade adversários do que Lula defende e representa em questões bem mais amplas.
O empresariado é contra cotas nas universidades, contra pobre em aeroporto e contra qualquer ação afirmativa pela ascensão social.
Eles querem pobre como consumidor de comida e quinquilharias, mas não como alguém que aspire disputar pedaços dos mesmos espaços com a classe média e os ricos. Muito menos na universidade.
O empresariado está muito mais próximo de Bolsonaro do que de Lula em relação a tudo. Eles são reaças nos costumes, no respeito às diferenças e às mulheres, na defesa da Amazônia e no combate ao armamentismo.
A índole do empresariado é a mesma de Bolsonaro. O sujeito é apenas mais sincero.
Mas o empresariado vai ter que se preparar para mais um governo Lula. Teremos mais Estado, mais universidade pública, mais SUS, mais proteção ao ambiente, mais liberdades.
Muitos entrarão em sofrimento. Porque os grandes empresários, com as exceções de sempre, adoram Bolsonaro. No Rio, eles são abertamente bolsonaristas.
E muitos dos que aplaudiram Bolsonaro naquele almoço na Associação Comercial, no início de junho, quando o sujeito ameaçou desobedecer o Supremo, são descaradamente fascistas.
Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes