A internet está nos tornando idiotas?

Atualizado em 20 de julho de 2013 às 9:40

Nicholas Carr surgiu para o mundo quando escreveu um hoje célebre artigo no qual perguntava se o Google estava nos tornando idiotas.

É aquela coisa que todos conhecemos. Basicamente, conectados ficamos, como macacos, pulando de galho em galho. Sem foco. Sem profundida. O Google não é o culpado disso, mas sim o grande símbolo.

Carr estendeu o debate para um livro polêmico, chamado The Shallows. Mais ou menos, Os Rasos. Agora não é mais apenas o Google que está na sua mira, mas a internet como um todo.

Nesta entrevista, ele diz que sua tese – que encontraria, segundo ele, guarida em estudos do cérebro – nasceu de sua experiência pessoal. Com o hábito de nevagar na internet, diz ele, começou a sentir dificuldades em fazer coisas que requerem concentração. Por exemplo, ler um livro.

É um assunto em que penso bastante.

Tenho procurado me discipliciinar em relação ao tempo conectado. Não perdi o gosto pela leitura de livros de papel, embora planeje me dar um iPad este natal. Estou cultivando o hábito de um tempo online decente. Menos no twitter do que já estive, por exemplo. Mais tempo lendo na sombra, fora de casa. Quero em 2011 andar mais de bicicleta. Caminhar mais. Talvez eleger um dia para ficar gloriosamente desconectado, com o celular desconectado.

Mas.

Mas, a despeito da bem-vinda provocação de Carr, não vejo em mim – e nem em ninguém, sobretudo os jovens – condições de abandonar o laptop sem uma perda terrível de vantagem competitiva na Era do Conhecimento.

Comer muito faz mal. Mas não comer nada mata. Buscar o equilíbrio é o certo.

Com o uso da internet, a lógica é a mesma.

Ou, para usar a metáfora do macaco: pular de galho em galho é cansativo. Mas ficar parado é ainda pior.