A mais importante peça do xadrez político brasileiro foi movimentada um dia após as manifestações em prol de um golpe de Estado idealizado e articulado pela plutocracia midiática, pelo judiciário partidarizado do Brasil e pelas siglas políticas de oposição que descaradamente se encontram atoladas até o pescoço em denúncias de corrupção.
Ao aceitar o convite para ocupar uma pasta no chamado núcleo duro do governo, o ex-presidente e atual presidenciável Lula, numa única jogada, dará um xeque-mate em toda a orquestração político-judicial envolvendo os procuradores do MP-SP, a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira e o juiz Sérgio Moro.
Como não havia qualquer chance da peça risível apresentada infantilmente pelos garotos-propaganda da revista Veja lotados no MP-SP ser aceita pela juíza Maria Priscilla sem que deixasse um rastro gigantesco de irresponsabilidade e incompetência jurídica, a saída encontrada foi transferir todo o processo para a justiça federal que coordena a Operação Lava Jato.
Com isso, os holofotes, mais do que nunca, se voltariam exclusivamente para o juiz Sérgio Moro que mais uma vez abandonou a devida isenção da magistratura e chegou ao absurdo de enviar um e-mail à jornalista sempre condescendente da Globo, Cristiana Lobo, apelando para que a “voz das ruas” fosse ouvida.
O que o assessor para assuntos jurídicos do PSDB e da Rede Globo chama de “voz das ruas”, nada mais é do que o grito desesperado de uma elite racista e preconceituosa incapaz de cuidarem de seus próprios filhos sem a ajuda de uma babá por um reino livre de excluídos históricos ocupando os seus espaços.
O fato é que a partir de sua nomeação todos os já frágeis argumentos montados em torno de um apartamento que simplesmente não é seu serão apreciados pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.
Um ambiente que apesar dos abusos cometidos anteriormente no julgamento do mensalão e nas decisões inconstitucionais como a de permitir a prisão de investigados antes do processo transitado em julgado é inquestionavelmente mais técnico e imparcial do que a Guantânamo de Curitiba.
Somado a tudo isso, o ingresso de Lula no governo ainda aumenta infinitamente o poder de diálogo junto ao Congresso Nacional que praticamente inexistiu durante todo o segundo mandato da presidenta Dilma Roussef.
Além, é claro, de toda a visibilidade que terá ao pôr em prática a sua reconhecida habilidade de dialogar com as mais diferentes correntes políticas e unir os atores necessários para a retomada do crescimento.
Até o momento, tudo que vínhamos presenciando era uma campanha institucionalizada para destruir o governo Dilma e inviabilizar a candidatura do ex-presidente Lula sem qualquer manifestação enfática de defesa, seja do PT, seja do Governo Federal.
Agora, todas as forças pró-golpe terão que repensar as suas estratégias.
A jararaca está cada vez mais viva.